É impressionante a irresponsabilidade dos jovens, no contexto de uma pandemia, pela qual o mundo global passa.
Pais, Mães, Avós, Avôs, irmãos com comorbidade ou não, estão sob a mira da falta de amor, compreensão e responsabilidade desses que se dizem cidadãos, para com aqueles, que com eles convivem em seu habitat natural.
Os jovens se colocam nesse cenário de terror, como franco atiradores, miram nos seus entes, que deveriam lhe ser queridos, não apenas quando deles precisam.
O perigo lhes movem, os permitem descarregar a adrenalina, necessária para viver.
A vida das pessoas que os cercam, não os importam, não lhes são caras.
Na concepção de cada um a COVID-19, e suas mutações, não lhes antígem e para eles, haverá sempre um leito e/ou UTI de hospital, os aguardando, mesmo que falte, para aqueles que se encontram nos grupos de risco.
Pessoas morrendo nas alas, corredores improvisados de hospitais públicos e privados, não lhes comovem, não conseguem enxergar além do palmo de seus rostos.
No contexto atual funcionam como a bala, que colocada na testa de um ente comum, que acionada pelo gatilho, através do seu dedo pode em fração de segundos, retirar vidas.
Nos anos últimos dez meses, quantos não contribuíram para que aqueles, que lhes deviam ser caros, por filiação ou mesmo amizade, inimizade, engrossassem o quantitativo de mais de 217 mil mortos no país.
A eles tudo é permitido, inclusive puxar o gatilho, de um revólver, cujo tambor, tem apenas uma bala.
A roleta russa lhes pertencem, tal como a vida, das pessoas. Uma consciência não lhes faltam, a de que nos hospitais lotados, o direito a vida, contra qualquer um mais velho será deles.
No juízo final lhes sobrarão a certeza, que poderiam ter agido diferente mas terá sido tarde.
As pessoas após a morte, não voltam, a não ser nesse caso nos pesadelos, de quem a cada dia puxava o gatilho, na testa de um inocente, o forçando a refletir sobre o que fizeram ou deixaram de fazer.
No momento se uma lágrima, for derramada, não trará a vítima de volta, uma pena.
Júlio Paschoal
Economista e Professor da UEG