Julio Paschoal: HIPÓCRITAS DE PLANTÃO

As feridas do Brasil, ficaram cada vez mais expostas nessa pandemia.

Por um lado o Presidente, não cumpriu o seu papel como chefe de Estado, deixando de coordenar com firmeza o combate a COVID – 19, desde o seu início.

Achou melhor usar o seu muro de lamentações digital, para bater na imprensa, porque ela cobrava uma posição sobre sua atuação nesse contexto.

Por outro lado seus mais de 30 milhões de seguidores, criaram um muro de proteção para defendê-lo, independente se estava correto ou não.

Enquanto isso a fila de contaminados e mortos só aumentam.

Nesse cenário 2022, surge no horizonte e com ele pré candidatos dentre eles: João Dória, Sérgio Moro, Luciano Huck, Ciro Gomes e o próprio presidente.

Como estamos numa democracia, tudo certo. O erro foi o debate pro e contra a vacinação ter feito parte da agenda.

Nessa queda de braços, João Dória, apesar de também ter telhado de vidro, foi fundamental. Forçou o Presidente, a mudar o discurso de defender tão somente o tratamento precoce, para também correr atrás das vacinas, mesmo sem o devido planejamento, a desacreditando e as difamando, principalmente: a CORONAVAC, que o tem salvo, pois se não fosse ela ainda não teria iniciado a vacinação.

O debate hipócrita de direita e esquerda, fora de hora, esteve sempre de plantão, como se o presidente, fosse um ser intocável que não pudesse como todos os seus antecessores, desde a transição da República Velha para Nova, ser criticado.

Para ele e seguidores, o Congresso e o STF, tinha que rastejar, pois não podem ser contrariado.

A Amazônia e o Pantanal, ardendo em chamas e ele aplaudindo um de seus piores ministros, o anti meio ambiente.

Como se não bastasse a inércia, diante desses fatos reais, identificados por satélites internacionais, ele como chefe maior do Estado Brasileiro, insistia em descumprir todos os protocolos sanitários e ainda, optou por saídas em público incitando aglomerações.

Mas para os seus pupilos, tudo está certo mesmo as mortes batendo a casa de mais de duzentas e vinte e três mil pessoas. Para ele o quantitativo de contaminados e mortes pela COVID nada mais é do que números, porcentagens. Sempre que pode a relaciona com mortes por outras causas, que ocorrem no Brasil todos os anos.

A popularidade despencou e a ficha foi obrigada a cair. Veio aí a defesa da vida para alguns, basicamente os que se encontram em grupos de risco.

Não há como em Israel, um de seus chefes de Estado, preferidos, o cuidado com todos. Lá já teve início a vacinação de jovens com menos de 18 anos, aqui pelas regras impostas pelo Ministério da Saúde, sobre sua coordenação geral, uma vez que o Ministro, não disse a que veio, jovens abaixo de 18 anos, não podem vacinar, esses podem contrair a doença e vir a óbito. Mesmo fato os que estão na faixa dos 18 a 59 anos. Isso é que se entende a partir do momento em que não podem se vacinar no âmbito de uma pandemia. É mais um absurdo dos vários cometidos pelo governo federal, até o presente momento.

Por essa e não outra razão, que os que lidam com as políticas de combate a pandemia no Ministério da Saúde tem se colocado nesse episódio, como hipócritas de plantão, pois em pleno século XXI, decidem quem pode viver e/ou morrer.

Júlio Paschoal

Economista e Professor da UEG

Opiniões de nossos articulistas podem não ser as do blog.

 

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Alan Ribeiro
Alan Ribeiro

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