Nada melhor do que o isolamento social, para nos levar repensar conceitos que norteiam as nossas vidas.
A COVID – 19, nos trouxe: medo, mortes, cuidados, preocupações, mas sobretudo, tem feito com que cada cidadão, olhe para o seu interior e questione, se o que está fazendo o ajuda sem prejudicar o outro.
Viver em sociedade, principalmente num ambiente de pandemia, tem seu preço, pois o que é caro para alguns, pode não ser para outros, já que os valores são intrínsecos a cada ser humano.
A sociedade capitalista impõe regras para que possamos atingir o topo, em nossas profissões.
Na busca do sucesso, o ser deu lugar ao ter, o que preocupa, para se atingir tal fim a ética, tem sido deixada de lado.
A busca incessante pelo ter, leva muitas vezes, a quebra de valores, aprendidos na infância e que são importantes na formação do caráter de cada um.
O exemplo mais comum está na corrupção, muitos a praticam, porque outros fizeram e se deram bem, mesmo que isso ponha em risco a vida das pessoas, como temos visto pela grande imprensa: desvios de recursos para combater os efeitos da COVID – 19, que já matou mais de duzentos mil brasileiros.
Um ponto que vem sendo colocado em questão no dia após dia é a palavra. Muitas vezes dependendo das conveniências são jogadas ao vento, abrindo espaço para que a insegurança, ocupe seu lugar no tabuleiro da vida.
A situação em tela ocorre: nas artes visuais, política, economia, direito, cultura, esporte e também nas ciências, enfim na sociedade como um todo.
A insegurança e a incerteza se completam, dificultando as relações pessoais e interpessoais.
Nesse cenário a vida, é colocada em jogo, as contradições ganham força e o que está por vir, acaba por amedrontar a todos.
Nessa nova configuração social, conceitos e valores, são deixados de lado, o que é uma pena.
Júlio Paschoal
Economista, Mestre em Desenvolvimento Econômico e Professor da UEG.