Mãe e filha transformam garrafas de vidro recolhidas do lixo em casa no litoral de Pernambuco

A casa começou a ser construída em maio e foram seis meses até realizar esse sonho. Edna e Gabrielly não tinham nenhuma experiência com construção, mas descobriram juntas como levantar cada parede com 4.298 garrafas de vidro.

Duas mulheres, mãe e filha, levaram seis meses para realizar um sonho na Ilha de Itamaracá, no litoral de Pernambuco. Um sonho de vidro.

Em plena pandemia, oito horas por dia de muito trabalho e descobertas. “Foi um momento de muita troca, sabe? Que a gente colocou toda nossa disposição nisso. Porque foi logo no início da pandemia e a gente precisava fazer isso acontecer”, conta Maria Gabrielly Dantas, designer de moda.

Há dois anos, Edna e Gabrielly saíram de Curitiba para morar na Praia do Sossego, que fica na Ilha de Itamaracá, região metropolitana do Recife.

Edna trabalhou por mais de 18 anos em uma cooperativa de materiais recicláveis. Experiência que a fez enxergar nas garrafas de vidro descartadas potencial para transformar o que era lixo em lar. Junto com a filha, ela recolheu mais de cinco mil garrafas de vidro nas ruas e mangues de Itamaracá.

“A garrafa de vidro, você joga ali no solo, ela é infinita, ela não se decompõe. E a necessidade de ter uma residência, de estar morando em Itamaracá, ter esse problema forte com o lixo aqui. A gente tentando resolver esse problema com o lixo surgiu a ideia de construir minha casa de garrafa, para dialogar com a sociedade que isso não é lixo”, explica a empreendedora social Edna Dantas

A casa começou a ser construída em maio. Edna e Gabrielly, mãe e filha, não tinham nenhuma experiência com construção. Então, elas foram descobrindo juntas a levantar cada parede, e assim, com 4.298 garrafas de vidro, transformaram o que parecia lixo em lar.casa-vidro-mae-e1609710375653

Tudo começou com a limpeza das garrafas. Depois, veio a descoberta de como fazer paredes com elas. “Em um primeiro momento a gente fez blocos de garrafas. A gente pegava de quatro a seis garrafas, fazia o bloco, colava com argamassa. Depois vinha e encaixava como se tivesse colocando um tijolo. Assim a gente foi levantando, passo a passo, as paredes da nossa casa”, diz Edna.

A casa está quase finalizada e Edna e Gabrielly já se mudaram para lá. Na casa de garrafas de vidro de Edna e Gabrielly cabe algo de muito valioso que tem cara, voz e cor de futuro. “Eu tento afirmar que isso aqui é afrofuturismo, é uma visão de futuro”, exalta Gabrielly.

Fonte Rede Globo (Jornal Nacional)

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Alan Ribeiro
Alan Ribeiro

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