
Segundo investigação, esquema envolvia comercialização ilegal de combustíveis que pertence à família do deputado estadual Iso Moreira (DEM). Nove mandados de busca e apreensão são cumpridos.
O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) deflagrou na manhã desta quinta-feira (3) operação que apura um esquema de licitações fraudulentas no setor público que ocasionaram desvios na ordem de R$ 10 milhões. Um dos alvos é o deputado estadual Iso Moreira (DEM), que teria usado um posto de combustíveis pertencente à sua família para cometer os crimes celebrando acordos com a Prefeitura de Alvorada do Norte, no nordeste do estado.
A ação cumpriu mandados de busca tanto no gabinete do depurado, na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), como em sua residência, ambos em Goiânia.
O G1 tenta contato com o parlamentar.
Além do deputado, também são alvos dois filhos do deputado – um deles ex-prefeito de Alvorada do Norte – e assessores parlamentares de Moreira.
Ao todo, são cumpridos nove mandados de busca e apreensão em Goiânia, Bela Vista de Goiás, Alvorada do Norte e Simolândia, além de Brasília. Eles foram expedidos pelo juiz Pedro Henrique Guarda Dias, de Alvorada do Norte.
Esquema
De acordo com o MP, a operação, denominada “Zaratustra”, descobriu um esquema ilegal de compra e venda de combustíveis, entre 2003 e 2016, em um posto de propriedade da família do deputado, em Alvorada do Norte.
Ainda conforme a investigação, por meio de alterações no contrato social do estabelecimento, “registrado sucessivamente em nome de ‘laranjas'”, a propriedade da empresa era alterada, possibilitando a comercialização de combustíveis de forma irregular com a prefeitura de Alvorada do Norte. O promotor de Justiça Douglas Chegury, responsável pelo caso, explicou como funcionava o esquema.
O posto de combustíveis de Alvorada do Norte sempre pertenceu à família Moreira, sobretudo ao deputado. Como eles precisavam negociar com o município, o maior freguês do posto – e por isso nós temos esse valor de R$ 10 milhões -, eles manipularam o estatuto social do posto, colocando pessoas ‘laranjas’, que de fato não eram os proprietários do posto como se fossem os sócios da empresa. Assim, puderam, fraudando licitações, celebrar esses contratos milionários com o município”, detalhou.
Chegury explica que um dos filhos de Iso, Alessandro Moreira, foi prefeito da Alvorada do Norte em dois mandatos, entre 2003 e 2009. Neste período, narra o promotor, o posto foi repassado ao assessor parlamentar Davi Moreira. Posteriormente, ele também foi eleito prefeito da cidade.
“Quando findou o segundo mandado do Alessandro, eles conseguiram eleger o Davi como prefeito. Ele precisou deixar a sociedade do posto para que continuasse havendo a comercialização do combustível. Foi quando entraram outros dois assessores do deputado como ‘proprietários’ do posto.
O G1 também tenta contato com Alessandro, Davi e com a Prefeitura de Alvorada do Norte.
Fonte : G 1 Goiás