José Luiz Datena conversou com o filósofo Mario Sergio Cortella sobre o período de isolamento social pelo qual estamos passando
Existe um filme chamado “Feitiço do Tempo” em que o protagonista, interpretado pelo ator Bill Murray, fica preso em uma armadilha temporal e vive o mesmo dia todos os dias. Eles chamam de “dia da marmota“. Todos os dias são iguais. É praticamente o que estamos vivendo em quarentena nessa pandemia do coronavírus. Todos os dias escutamos sobre mortos, contaminados, máscara…
Conversei sobre isso com o filósofo Mario Sergio Cortella e ele dividiu algumas dicas para contornar essa confusão toda. Cortella explicou que existem duas “rotas” para acalmar a ansiedade que vem com o isolamento.
“Rotina não é monotonia”
“A primeira dica é criar uma rotina. Quando você tem uma atividade rotineira, ela organiza seu dia e faz com que ele seja menos ansioso. Você sabe que tem coisas para fazer e as distribui no tempo. Agora, quando a rotina se torna automática, vira monotonia e nos tornamos distraídos. Por isso é necessário que a rotina sempre ganhe uma novidade. Pode ser só mudar o que vai comer, com quem vai conversar ou a leitura que vai fazer. A rotina ordena o tempo e faz com que acalme as ansiedades.”
Cortella dá o recado: união!
“A segunda coisa que diminui o desânimo, o sufocamento, é fazer com que aquilo que você tem para fazer seja útil – não só para você, mas para outras pessoas. Fazer algo que sirva para diminuir o sofrimento, aumentar o esclarecimento, afastar o que perturba a vida de outras pessoas. Mesmo quando estou sozinho, por exemplo, não sou incapaz de me comunicar, posso oferecer pensamentos aos outros. A pior coisa é chegar no fim do dia e achar que você perdeu o dia.”
O filósofo ainda deixou um recado final para a gente: a única saída para superar a pandemia é a união.
Nenhuma espécie sobrevive se entra em algum tipo de confronto interno. Hoje temos um inimigo poderoso. Imagina se transformarmos esse inimigo em dois: o vírus e outro ser humano? Não há alternativa a não ser nos unirmos para enfrentar a doença.”
Mario Sergio Cortella
E aí, vocês concordam?
Fonte José Luiz Datena – UOL
