
O Blog do Alan Ribeiro orgulhosamente passa a publicar artigos do conceituado jornalista José Luiz Datena, que em seus programas na TV e Rádio Bandeirantes informa, e sobretudo cobra das autoridades soluções para os problemas da sociedade.
A morte da minha sogra me fez perceber a dor da morte de outra forma. E nesses tempos de pandemia não podemos banalizar essa dor. Somos mais que números.
Aos amigos que me ligaram e aos milhares de ouvintes e telespectadores, muito obrigada pelas palavras de carinho que recebi, por conta do falecimento de Dona Alzira, minha sogra. A imagem do rosto de minha esposa, que havia acabado de perder a mãe, é algo que não vou esquecer jamais. E isso me fez pensar na dor de milhares de pessoas que vêm perdendo familiares em meio aos anúncios frios dos números de mortos pelo coronavírus, todos os dias.
A morte durante a pandemia virou algo tão rotineiro, que não se pensa mais nela como morte, algo dolorido e triste, mas como números. Mas não é assim. A separação do corpo físico, de alguém que te deixa é natural, mas ainda sim terrível para os que ficam.
Só que com milhares de pessoas morrendo ao redor do mundo, a morte ficou banalizada, damos as notícias do dia e parece que são só números, mas cada um deles é um sentimento que se perde, um elo que se quebra e pior: atualmente, quase sem velório, sem despedida digna.
São novos tempos muito ruins e estão morrendo tantas pessoas que não percebemos a dor dos outros. Temos que olhar para o próximo para entender que quem você ajuda hoje pode te ajudar amanhã. Números são vidas que se vão. A morte causa dor e essa não pode ser banalizada.
Mais solidariedade nesta pandemia!