Caroline Santana: Nosso primeiro gol de placa

Desde a origem do gol de placa feito pelo Pelé, em uma partida no Maracanã se passaram 59 anos. A partida entre Santos e Fluminense foi dada como histórica, assim como a nossa que é contada entre laços, conversas, política e muita sacanagem. Li no folhetim que no dia 19 de julho comemora-se o Dia Nacional do Futebol e a única partida que eu quero vencer é a do seu coração. Pode durar uma vida ou 40 minutos de lance. O que importa é controlar a bola, sair do primeiro passe para o segundo gerando resultado no terceiro.

Ao atravessar o campo diante dos meus adversários futebolísticos, alguns ainda torcendo pelo time mesmo sem ele estar jogando e outros que voltaram a gritar pelos atletas mesmo em casa, deparo-me com o rolar da bola e o seu olhar desafiando-me ao longe. Na área, driblo os obstáculos que insistiam em manter-nos afastados, livro-me de quem quer que seja, toco sem permitir a defesa do goleiro que mesmo com esforço cai no tapete verde decepcionado. Nosso primeiro gol de placa arranca suspiros, desejos, aplausos e a exaltação de uma torcida que há muito eu não conhecia.

A vibração empunha bandeiras brancas, de paz e luta por dias melhores. Foi tão espetacular o alcance do sonho, o grito, a minutagem pelo relógio e o abraço aguardado desde o primeiro dia de distanciamento. Ao fundo, a galera do Skank não poderia entoar melhor canção do que “É Uma Partida de Futebol”. Um clássico no dia de domingo. Um ícone no final da tarde ensolarada. Assim como um sonho de ser um jogador de futebol. Desde o início havia vestido o uniforme do nosso time. Está rolando muito mais do que uma partida, e sim, um clima entre nós dois.

A chuteira nunca contou a história de um conto de fadas. Ela calça encontros, a vibração de torcer pelo nosso time e a garganta que busca o êxtase do gol de placa esperado. Pelé deixou sua marca em 1961 e nós marcamos o nosso feito mais bonito em 2020. Oh, ano de desafios e aprendizados! Vivendo no agora, devagar e sempre. Mas a partida iniciou-se no final de 2018. A expressão do ‘gol de placa’ não poderia ter sido melhor traduzida. Foi feita por um jornalista. Claro que eu preferia que ele tivesse acontecido no Morumbi e pelo São Paulo, o meu time do coração.
Falando nele, a máscara de proteção adotada por nós como se fosse um título causa estranheza e admiração ao mesmo tempo por quem enxerga naquele rosto uma torcedora saudosa de ver seu time em campo. O esporte sempre esteve na veia mesmo antes de cursar jornalismo. Com a pandemia, a vida sedentária ficou de lado fazendo com que todos se movimentem como um verdadeiro time dentro de casa. Seja vibrando o corpo com atividades, seja em outros episódios de alongamento.

E você, como meu companheiro de partidas sensuais não pode perder o movimento. Vista a camisa, comece a suar de alguma forma e pense sempre no melhor gol de placa que pode fazer na vida. Com as inúmeras tentativas ficamos preparados para vencer mais um vírus, salvar vidas e alimentar a esperança de quem quer finalizar a semana comemorando mais um gol do seu time campeão.

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Alan Ribeiro
Alan Ribeiro

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