Existe uma diferença entre ouvir e escutar. Ouvir faz referência ao sentido da audição, enquanto escutar se refere à atenção e interpretação do que se ouve. Em outras palavras, podemos ouvir sem escutar.
Lembrei dessa distinção um tempo atrás enquanto lia uma reportagem na Gazeta do Povo sobre um trem de carga que circula por dentro de Curitiba. É o trem que passa na frente de uma casa e apita umas cinco ou seis vezes por dia – às vezes de madrugada.
As pessoas sempre ouviam o trem. Aliás, é praticamente impossível não ouvi-lo. Mas tinha um detalhe que eu não conhecia. O trem precisa soltar dois apitos longos seguidos de um curto e outro longo sempre que se aproxima de um cruzamento. É norma da ANTT.
Quando você sabe desta informação se escuta melhor o trem. Agora, o que era um barulho se torna uma série coordenada de apitos. Uma convenção. É meio como aprender uma palavra em uma língua desconhecida. Arigatô!
O trabalho jornalístico tem muito dessa passagem do ouvir para o escutar. Se perceber o apito do trem de outra forma parece trivial demais, pense em quantas coisas você só sabe porque leu, viu ou ouviu da boca de um repórter, editor, colunista.
Coisas que você não buscaria no Google, ou que o Google jamais saberia dizer.
Como funciona o governo, como são tomadas as decisões mais importantes do país, os planos de grandes empresas, o segredo do sucesso das startups do momento, as descobertas da ciência e os limites dessas descobertas, a dor de quem perde e a alegria de quem ganha.
É muito mais fácil escutar mais e melhor quando temos informação precisa, profissional e de qualidade ao alcance da mão. A missão da Blog do Alan Ribeiro é justamente prestar esse serviço para sua comunidade de leitores.
Agradecemos imensamente os comentários e acessos diários que temos, nosso trabalho é feito pensando em cada um de nossos leitores, filtrando informações e sobretudo buscando construir uma sociedade melhor e que sejamos todos uma grande família.
(Com Gazeta do Povo)
