
* Tiago Vicente
Não separar as finanças pessoais das finanças da empresa é um erro muito comum, especialmente de empreendedores, donos de pequenos negócios. Inclusive, em muitos casos, não separar as finanças é a causa do não crescimento, e até mesmo da falência de muitas empresas.
Saber separar o pessoal do empresarial é fundamental para fazer uma gestão financeira eficiente e garantir a saúde dos seus negócios e da sua vida financeira.
Se você ainda tem dificuldades de separar o seu dinheiro do dinheiro da empresa, continue lendo esse post e aprenda como organizar as finanças.
Por que separar as finanças pessoais das finanças da empresa?
Existem vários motivos para não misturar o seu dinheiro com o dinheiro da empresa, mas um dos principais é: você não consegue saber a situação do seu negócio.
Tem dinheiro sobrando?
Você não sabe se sua empresa que está lucrando, ou se é você que tem retirado pouco.
Está faltando dinheiro?
Você não sabe se é porque sua empresa vai mal, ou porque você tem gastado demais.
E se você não tem essas informações, não consegue tomar decisões assertivas para melhorar os resultados da sua empresa.
Além disso, retirar dinheiro do seu negócio de forma indiscriminada pode comprometer o capital de giro. Isso significa que se houver uma necessidade, sua empresa não vai ter dinheiro para suprir, o que pode levar ao endividamento e até a falência.
3 práticas básicas para separar as finanças
As finanças estão tão misturadas que você não sabe nem por onde começar a organizar? Confira três medidas básicas para começar a separar seu dinheiro do dinheiro da empresa.
1. Tenha contas bancárias distintas
Sua empresa é uma pessoa jurídica e você uma pessoa física, ou seja, são duas pessoas diferentes e cada uma com suas obrigações. Portanto, cada uma deve ter a sua própria conta.
Assim, todos os recebimentos e pagamentos da empresa serão feitos na conta exclusiva da pessoa jurídica. Dessa forma, não é preciso analisar cada movimentação para saber o que é referente a empresa e o que é pessoal.
Ademais, também pode ser interessante aproveitar os benefícios específicos que as contas empresariais costumam oferecer.
2. Estabeleça seu pró-labore
Alguns empreendedores acreditam que por serem donos do negócio, podem retirar o quanto de dinheiro quiserem. No entanto, essa retirada descontrolada traz diversos prejuízos para um negócio, como por exemplo, não ter capital para suprir eventuais necessidades ou mesmo para investir no crescimento da empresa.
Você pode definir sua remuneração se baseando no quanto de dinheiro precisa para manter seus gastos pessoais, e ponderando se sua empresa tem capacidade de desembolsar esse valor.
É importante que você pense que assim como um funcionário assalariado, você tem um valor fixo para suprir os seus gastos, e que não pode recorrer ao dinheiro da empresa a cada vez que gastar mais do que deveria.
3. Faça o controle financeiro pessoal e o da empresa
Fazer o controle financeiro é essencial tanto para finanças da sua empresa, quanto para as finanças pessoais. E claro, isso deve ser feito separadamente.
Para que seu negócio seja sustentável, é primordial que você registre tudo o que entra e que sai. Só assim você poderá visualizar a real situação do seu negócio, saber se está lucrando, se tem capital para investir, entre outras informações essenciais para tomar decisões estratégicas para o crescimento da sua empresa.
E separadamente, é muito importante que você registre todos os seus gastos pessoais, assim você consegue acompanhar se está gastando dentro dos limites do seu pró-labore, e não corre o risco de precisar retirar mais dinheiro da empresa para pagar suas contas pessoais.
Você pode fazer essa separação utilizando o antigo costume do papel e caneta, planilhas, ou pode fazer de uma forma muito mais eficiente – utilizando um sistema de gestão que te ajude a gerir suas finanças pessoais, e um sistema que auxilie no controle financeiro do seu negócio.
A utilização desses sistemas não só permite que você organize as entradas e saídas – pessoais e da sua empresa, mas te proporciona uma ampla visão sobre as finanças, o que vai te ajudar a gerir melhor seus gastos, cumprir com as obrigações sempre em dia, e o principal – nunca ficar no vermelho.
Conclusão
A mistura das finanças pessoais com as empresariais é um mau hábito que ocorre em função do desconhecimento dos prejuízos que isso pode causar.
Agora que você já sabe o quanto esse costume pode arruinar os seus negócios, só precisa ter disciplina e colocar em prática algumas medidas básicas para organizar as finanças.
Lembre-se que um dos pontos cruciais para uma empresa prosperar, é a organização. Se você acha que tudo vai bem mesmo misturando as finanças, comece já a se organizar e veja os resultados incríveis que sua empresa pode alcançar.
Tiago Vicente é CEO e fundador do Controlle, solução para gestão financeira de pequenas empresas. Fundou também o Organizze, o principal aplicativo de finanças pessoais do país.