Júlio Pascoal: A Imprensa nas Eleições

Em um sentido amplo, o papel da imprensa é informar, contribuir, para a formação do conhecimento do cidadão, nas várias áreas que atuam.

Segundo Salerno, ela pode ser também imediatista, que vive e se sustenta da desgraça alheia e da banalização que fazem parte do nosso cotidiano.
Nesse caso o leitor é levado ao processo catártico, no qual extravasa seu sucesso, ou mesmo sua tragédia pessoal.
No decorrer dos anos o jornalismo, como outras profissões, tem procurado se adaptar aos novos tempos, deixando de ser apenas informativo, mas também investigativo, tanto na seara do crime comum, como também de colarinho branco.
No Brasil, cujo sistema prisional é falho e a justiça eivada de vícios de origem, cabe a imprensa, não só informar como também opinar e comentar.
Nesse cenário acaba pisando em ovos, se age de forma independente é tida pelos governantes como fomentadora do ódio, se não, informa como quem a banca, perdendo assim o seu caráter principal a imparcialidade.
As dificuldades de sobrevivência e a necessidade de permanência no contexto político e econômico, a leva muitas vezes a se aliar a uma forma de poder.
Nesse sentido começa a fazer o jogo sórdido visando influenciar as grandes massas, principalmente quando quem a patrocina tem seus objetivos já traçados.
No campo da política isso tem sido mais comum, o que leva os seus colaboradores a emitir opiniões, que nem sempre representam a verdade dos fatos, perdendo com esse tipo de comportamento, a credibilidade.
Isso quando se pende para um lado ou outro. No Estado de Goiás, pode se ver isso na gama de jornais, presentes no interior e que dependem exclusivamente de recursos públicos para sobreviver.
Os proprietários desses veículos de comunicação, para permanecer no mercado, se aliam a prefeitos e ao governo do Estado. O que importa nem sempre é a qualidade dos textos e sim o nível de comprometimento desses agentes, com a classe política que seguem a orientação, daqueles que estão a frente dos entes estatais.
Quando procedem dessa forma trocam a formação do conhecimento, pela lavagem cerebral, daqueles que se querem atingir.
O alvo recai sobre as populações mais empobrecidas, que são manipuláveis e dependentes das políticas públicas de caráter populista.
Os veículos que defendem o debate rico das ideias e que não se subordinam aos interesses, são deixados de lado, pois atrapalham a caminhada rumo a permanência ou chegada ao poder.
Nos períodos que antecedem os pleitos eleitorais isso fica mais latente, publicam pesquisas de Institutos desconhecidos, mas que servem aos interesses de quem está no poder e deseja a qualquer custo continuar.
Quantos venceram as pesquisas e tiveram resultados vexatórios nas urnas. Quantos veículos de comunicação, tentaram induzir ao longo dos anos, os resultados olhando apenas para seus interesses financeiros, e não os da população.
Com o COVID – 19, mudaram os conceitos sociais e espera-se, também mudanças por parte da imprensa, principalmente no que concerne a questão da responsabilidade, nas informações inerentes as ações desenvolvidas atualmente por pré candidatos e como atuaram em suas gestões.
Uma democracia só se sustenta com
Instituições fortes e uma imprensa livre e responsável, na busca de resolver problemas de ordem coletiva e que não se curve diante dos meramente individuais.

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Alan Ribeiro
Alan Ribeiro

Alan inicia seus trabalhos com o único objetivo, trazer a todos informação de qualidade, com opinião de pessoas da mais alta competência em suas áreas de atuação.

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