Julio Paschoal: Goiânia: Uma capital problema

Uma das mais novas capitais do país, idealizada e implantada, por Pedro Ludovico Teixeira, quando da transferência da sede administrativa da Cidade de Goiás, para cá.
Ao longo de seus oitenta e cinco anos, experimentou boas e más administrações. O primeiro prefeito foi Venerando de Freitas, tendo se notabilizado, pela realização de obras importantes em parceria com o governo da época.
Projetada incialmente para ter entorno de cinquenta mil habitantes, com a construção e transferência da capital Federal, para Brasília, acabou se beneficiando, das obras de infraestrutura, ligando o centro do país com estados litorâneos e de fronteira com outros países da América Latina, a levando a alcançar um grande crescimento.
Nos anos seguintes foi contemplada por boas e más administrações, com destaque na galeria dos bons prefeitos, para Nion Albernaz e Íris Resende, esse ainda a administra, pelo seu dinamismo e longevidade.
No estágio atual conta com mais de um milhão e trezentos mil habitantes, se destaca pela beleza de seus parques, lagos e pistas de caminhadas, sem deixar que seu lado negativo se aflore, com a poluição de córregos e rios, que cortam a cidade, como: cascavel, capim puba, caveirinha e meia ponte, devido à falta de fiscalização efetiva dos órgãos de controle de caráter municipal.
Na capital há trinta e três nascentes, que também sofrem com a omissão do poder público, municipal e estadual.
Em discussão a mais de um ano na Câmara Municipal, está o “Plano Diretor”, à cobiça e olhar para o próprio umbigo, tem atrasado sua votação, prejudicando de forma sustentável o seu crescimento.
A prova maior disso, aparece em matéria veiculada no jornal O Popular, dos dias 25 e 26 de janeiro, do ano em curso, destacando que há noventa e seis bairros, com menos de dez casas, aflorando a inexistência de planejamento.
Segundo a matéria, vazios urbanos, áreas desertas rodeadas de habitações, elevam gastos com infraestrutura e levantam debate sobre sua expansão desordenada, trazendo transtornos de toda ordem, para as famílias, que neles residem e ao poder público, que é cobrado constantemente pela melhora dos serviços prestados.
Segundo dados da secretaria municipal de finanças, Goiânia, possui atualmente um total de 123.099 imóveis que pagam o Imposto Territorial Urbano (ITU), ou seja cadastrados como lotes vazios, ou cuja construção não atinge o valor da vigésima parte da área do terreno, o correspondente a 48,79%, do território do município.De acordo com a matéria, a macrozona urbana da cidade, detém 444 milhões de metros quadrados, o que leva a área de lotes baldios, a ocupar cerca de 80%, da parte urbana da capital.
Os percentuais apontados divergem dos defendidos pela prefeitura, sem que está apresente estudo contrário.
As divergências existentes, demonstram que faltam dados precisos, para que o planejamento, possa ser feito em bases sólidas e, seja capaz de modificar o perfil da habitação na capital.
Enquanto não se vence as amarras da burocracia, Goiânia, continua crescendo de forma desordenada, o que leva o poder público municipal a conviver com mais problemas do que soluções.
No período das chuvas, como agora os problemas vem a tona, principalmente em razão dos alagamentos de residências, próximas as regiões ribeirinhas, com prejuízos, para os cidadãos de baixa renda, que deveriam ter o respeito do poder público, pois não ganham o suficiente para refazer suas vidas todos os anos.
Espero que pelo menos em ano de eleição, matérias que mexem com a vida do cidadão, possam não só ser colocadas em pauta, mas que venham a ser aprovadas e sancionadas, visando o bem comum e redução dos problemas urbanos da capital do nosso Estado.

Julio Paschoal

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Alan Ribeiro
Alan Ribeiro

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