Enfim, governador: confira os destaques do primeiro ano da administração Caiado

No Legislativo, matérias de destaque foram aprovadas, mesmo com oposição de categorias; na Saúde, Educação e Segurança, dificuldades e conquistas

Ronaldo Caiado (DEM) tem dito, de forma reiterada, que pagou, no ano que passou, 14 folhas de pagamento. Isto, porque o gestor precisou assumir o salário dos servidores de dezembro de 2018. O pagamento terminou de ser quitado, em parcelas, apenas em agosto.

Porém, o ano do democrata não se resume apenas a isso. Foi um período de adaptação, equívocos, mas também de acertos. E situações inusitadas. Um exemplo foi a ausência de transparência do número de mortes policiais no 1º semestre, o que foi justificado como sigiloso e estratégico.

Porém, a pasta de Segurança Pública (SSP) traz outros dados, que impactaram positivamente a população. Dentre eles, o fim da terceira classe nas forças de Segurança Pública do Estado, uma das promessas de campanha de Ronaldo Caiado.

Segurança Pública

Caiado(Foto: Divulgação)

A segurança pública foi uma das prioridades da gestão caiadista. No segmento, o gestor implantou política baseada no tripé, segundo dados governamentais: integração, inteligência e integridade. Neste período, foram promovidos 469 oficiais na Polícia Militar (PM), além de 2.301 praças.

Em outros números, conforme a SSP, até dezembro de 2019 foram realizadas 14.995 operações, o que resultou em 176 quadrilhas desarticuladas; 53,6 toneladas de drogas apreendidas; 14.995 armas apreendidas; e 5.810 mandados de prisão cumpridos. 12 quadrilhas de roubo de gado foram desfeitas.

Neste sentido, houve a implantação do Centro de Comando e Controle Rural (CCCR) e Batalhão da Polícia Militar Rural, com georreferenciamento das propriedades e patrulhamento.

Também de acordo com informações do governo, não houve nenhuma cidade goiana, no último ano, com vítima de sequestro. Apesar da afirmativa, no dia 1º de novembro, o major da Polícia Militar (PM) Cristiano Silva de Macena foi indiciado por sequestro e estupro contra duas irmãs, de 11 e 12 anos, em Rio Verde. Ele foi preso em 23 de outubro.

Além desse, em 30 de novembro, em Anápolis, duas mulheres foram sequestradas. O crime foi motivado pela falência de uma empresa que prometia ganhos após aplicação em moedas virtuais, segundo informou a Polícia Civil. Elas foram resgatadas na tarde de 1º de dezembro. Vale citar que, entre 2016 e 2018, 22 pessoas foram alvo desse tipo de ação.

Operações de 2019 e mais

Entre as ações realizadas em 2019, destacam-se: Operação Icarus; Operação Força Centrífuga (que rendeu 24 prisões por homicídios em Goiânia, todos envolvidos com facções criminosas); Operação Setentrional Goiano; Operação Violare; Operação Marias; e Operação Natal Seguro. Destaca-se, ainda, as realizadas na Secretaria da Educação, da Economia e no Ipasgo.

Também foi a criada a Superintendência de Combate à Corrupção a ao Crime Organizado e inaugurada a sede do Grupo Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Geccor) no Setor Aeroviário. Já a Secretaria de Desenvolvimento Social e o Grupo Técnico Social realizaram o Pacto Goiano Pelo Fim da Violência Contra a Mulher. O intuito é o combate à violência doméstica. Também foi inaugurada a “Sala Lilás”, lançado o “Alerta Maria da Penha” e assinados termos de cooperação técnica.

Bombeiros

CaiadoO comandante-geral dos bombeiros, coronel Dewislon Adelino Mateus, e outros cinco militares suspeitos de envolvimento em esquema de fraude de certificados em Goiânia foram afastados da corporação (Foto: Divulgação)

Na área da Companhia de Bombeiros Militares do Estado de Goiás (CBMGO) houve a implantação do uso de drones em salvamentos na água e combate a incêndio. Já na Temporada Araguaia 2019, foi lançado o aplicativo “Férias CBMGO 193”, com informações de segurança para os turistas, telefones para contato e outros dados de utilidade pública.

Em abril, o serviço de resgate aéreo de asa fixa (UTI em avião), em parceria do Corpo de Bombeiros com a Secretaria da Saúde, realizou 67 atendimentos. O Estado implantou, ainda, o serviço de socorro rápido com moto (GARRA) na Região Metropolitana, com a formação de turmas de Bombeiros especializados, em maio. Até dezembro foram 1.376 atendimentos.

Porém, o segmento também foi alvo de investigações. Uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de Goiás (MP), cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão contra grupo suspeito de fraudar certificados de segurança para empresas e estabelecimentos que não cumpriam normas e protocolos necessários. A operação foi deflagrada em 19 de novembro e teve, entre os investigados, militares do alto comando do Corpo de Bombeiros.

Inclusive, o comandante-geral dos Bombeiros, coronel Dewislon Adelino Mateus, e outros cinco suspeitos de envolvimento em esquema de fraude de certificados em Goiânia, foram afastados da corporação. São eles: coronel Anderson Cirino; tenente-coronel Hélio Loyola Gonzaga Júnior; major Nériton Pimenta Rocha; capitão Sayro Geane Oliveira dos Reis e o subtenente José Rodrigues Sobrinho.

Saúde

O ano começou complicado na saúde de Goiás. Em 29 de março, o Hospital Materno Infantil (HMI) chegou a ser interditado, por decisão da Superintendência Regional do Trabalho em Goiás (SRT/GO), após auditoria feita com o Conselho Regional de Enfermagem.

Posteriormente, uma decisão judicial suspendeu a interdição, mas o Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a SRT em Goiás publicaram uma nota em conjunto na qual reiteravam a necessidade de interrupção dos trabalhos. No documento, os órgãos apontavam riscos biológicos e de incêndio.

Caiado(Foto: Divulgação/HMI)

Houve também paralisações e muitos protestos. Em janeiro, aproximadamente 30 trabalhadores do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) realizaram uma manifestação. O ato aconteceu em frente à unidade de saúde e bloqueou a Avenida 1ª RadiaL por uma hora. O motivo seriam os salários atrasados de dezembro e 13º. À época, a Secretaria Estadual de Saúde emitiu nota negando a paralisação.

Desde o fim de novembro de 2018, o Instituto Haver assumiu a gestão do Hugo. A Gerir, OS anterior, alegou “atrasos recorrentes de pagamento”. Em abril, a SES iniciou um processo de chamamento para definir a próxima administradora que, em agosto, consagrou o INTS vencedor. Mas os problemas não terminaram por aí. Isto, porque um projeto de Lei (PL) enviado pelo governo e aprovado durante o certame alterou as exigências e possibilitou ao INTS participar da disputa, apesar de, anteriormente, estar inabilitado.

Em seguida, a Justiça suspendeu os efeitos do processo por liminar, que foi derrubada, em 6 de setembro. Ainda naquele mês, o Mais Goiás teve acesso a e-mails que apontavam demissões em massa no hospital, o que resultou em consecutivas mobilizações e atrasou a transferência da gestão.

Vale destacar, também, que o INTS está envolvido, direta ou indiretamente, em pelo menos 79 processos, grande parte deles de natureza trabalhista. A OS tem sede em Salvador (BA) e trabalha há 10 anos no ramo de gestão hospitalar. Ao longo do período de atuação, foram acumulados 47 processos trabalhistas. Nove deles em São Paulo e os outros 38 na Bahia, estados onde a INTS têm atuação.

Ainda sobre isso os reflexos dessa transição, em novembro, médicos do Hugo fizeram uma paralisação organizada pelo Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego). O motivo foi a falta de negociações com a administração pública estadual e com o Organização Social (OS) Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS). Vale citar que o processo de transição da OS Haver para o INTS foi, no mínimo, complicado, com atrasos e protestos.

Ações positivas

Durante o ano, 79 novos leitos de UTI foram agregados à rede pública do Estado. Destes, 58 foram destinados ao interior. Ocorreu, também, a inauguração de 20 leitos de enfermaria no Crer.

Após a crise no HMI, foram abertos, também, 55 leitos de retaguarda no Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), sendo 45 de enfermaria, além de dez de UTI.

Pelo interior, foram contratadas cirurgias mensais. Em Goiás (Hospital São Pedro de Alcântara), 104 urgentes e eletivas nas especialidades ortopedia e obstetrícia; Catalão (Santa Casa de Misericórdia), 100 urgentes e eletivas; Anápolis (Santa Casa de Misericórdia), 93 eletivas; Jataí (Hospital Padre Tiago), 400 consultas ambulatoriais por mês, além de 50 cirurgias oncológicas/mês e 570 sessões de quimioterapia/mês, etc.

Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES), até novembro o governo repassou R$ 170 milhões aos municípios. Além disso, OS que gerenciam hospitais estaduais receberam cerca de R$ 1,2 bilhão.

Educação

Na Educação, foram nomeados e empossados 487 professores aprovados em concursos de 2018. Também ocorreu a entrega de 13.543 mesas e carteiras para unidades escolares em todo Goiás, bem como a de 365 ônibus escolares.

Neste ano, conforme a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), os repasses de merenda e do transporte escolar já tinham somado R$ 160.138.513,92 até novembro e estavam em dia.

Mas os servidores da Educação também protestaram por salários atrasados. No dia 25 janeiro, eles se reuniram e se mobilizaram pelo pagamento da folha de dezembro de 2018 – que incluía o 13º, em Goiânia. No dia 8 de fevereiro, mais uma vez a classe protestou por essa mesma razão.

Caiado(Foto: Mais Goiás)

Vale citar que, no dia 3 de abril, os servidores da Educação chegaram a se mobilizar em greve, mas retornaram após alguns dias. A luta pelo salário de dezembro era uma das pautas, além cumprimento da data-base dos administradores, reajuste do piso, progressões e realização do concurso público.

Cultura

Em 2019, o Festival Internacional de Cinema Ambiental (Fica) não teve sequência. Essa seria a 22ª edição. Por isso, produtores culturais da cidade de Goiás realizaram, de forma independente, o Festival de Goyaz como substituto, no município, em setembro. Houve, ainda, atrasos nos pagamentos dos prêmios de 2018 e no repasse à empresa que organiza o evento.

Mas este não foi o único problema do segmento cultural. Durante alguns momentos no ano que passou, profissionais da cultura se mobilizaram para pressionar o Estado para receber os repasses do Fundo de Cultura referentes aos anos de 2015, 2016 e 2017. A última mobilização foi em 10 de dezembro, na sede da Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás (Sefaz).

Em documento assinado por quatro representantes, à época, o movimento afirmava que 400 projetos selecionados pelo prêmio do Fundo de Arte e Cultura (FAC) ainda não tinham recebido o repasse financeiro.Os valores atrasados chegavam a R$ 30 milhões.

Um dia depois, o governo anunciou a liberação dos recursos para pagamento dos editais relativos a 2018 e parte de 2017, no valor de R$ 30 milhões. 342 projetos da capital e do interior foram contemplados.

CaiadoFestival de Goiás teve como intuito preservar os legados do Fica (Foto: Divulgação)

Quase foi extinto

Vale destacar que o FAC quase foi extinto. Inicialmente, um projeto do Executivo previa o encerramento de 15 fundos especiais, dentre eles o de Arte e Cultura, mas, após emendas, ele e outros cinco foram mantidos.

Apesar desta vitória para a classe artística, houve derrota. No dia 10 de dezembro, foi aprovado, na Alego, um projeto de lei que modificava a destinação dele. Anteriormente, 0,5% da receita líquida do Estado era destinada ao FAC. A mudança, colocada em uma “emenda jabuti”, acrescentou a palavra “até” antes de 0,5%, o que permite o repasse inferior ao valor. A proposta foi colocada pelo líder do governo, Bruno Peixoto (MDB), em uma matéria de outro assunto.

As medidas foram consideradas pela classe artística como quebra de promessa de campanha. Isso porque no pleito de 2018, no plano de governo de Ronaldo Caiado, ele dizia que o potencial cultural do Estado não era aproveitado do ponto de vista econômico e social. Entre as propostas, estava “investir e desenvolver programas, projetos e ações sustentáveis no setor cultural” e ainda “ampliar os benefícios econômicos e sociais decorrentes do setor cultural no estado”.

Reformas administrativas

No início da gestão, o democrata encaminhou um projeto de Reforma Administrativa para a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), para modificar a estrutura das pastas do Estado.

Assim, a Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento virou Secretaria de Estado da Administração; a Secretaria de Estado da Fazenda, Secretaria de Estado da Economia; e a Secretaria de Estado da Mulher, do Desenvolvimento Social, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social. Mas não é só isso. A Secretaria de Educação, Cultura e Esporte se tornou Secretaria de Estado da Educação, Secretaria de Estado de Cultura e Secretaria de Estado de Esporte e Lazer.

E, ainda: a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação virou Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Inovação, Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Serviços. Já a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos se tornou Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Houve, também, a criação da Secretaria de Estado de Comunicação; e a Agência Goiana de Transportes e Obras mudou para Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes.

Já em junho, ele assinou o decreto 9.455/2019, que instituiu a Reforma Administrativa no âmbito do Poder Executivo Estadual, com o intuito de economizar R$ 422 milhões até 2022.

Dança das cadeiras

Como esperado, o secretariado de Caiado que iniciou os trabalhos foi alterado ao longo do ano. Na Secretaria de Comunicação (Secom), por exemplo, o governo iniciou com Vassil Oliveira, que já deixou o cargo em janeiro e foi substituído por Valéria Torres, ainda hoje na função.

Na Secretaria de Administração (Sead), Pedro Henrique Sales esteve à frente até agosto, mas foi substituído por Bruno Magalhães D’Abadia, que permanece. Anderson Máximo ficou na Casa Civil de janeiro a novembro e foi substituído nesse mês, interinamente, por Alan Farias Tavares.

Na Secretaria de Cultura, Edival Lourenço ficou até novembro, quando entrou na pasta Adriano Baldy. Na secretaria de Desenvolvimento Social (Seds) ocorreu a mudança mais polêmica: Marcos Cabral deixou a pasta em outubro para que Lúcia Vânia assumisse.

CaiadoLúcia Vânia e Pedro Sales (Foto: Divulgação)

Vinícius Cirqueira (Pros), deputado governista na Assembleia Legislativa de Goiás, classificou, à época, a ida de Lúcia para o governo como “tragédia política na base”. Segundo ele, a entrada da ex-senadora no governo “quebra todo o discurso de tirar as amarras dos 20 anos do governo passado”, já que ela possui uma história de ligação de duas décadas com ex-governador Marconi Perillo (PSDB).

“É colocar o governo passado de volta. Tanto que, no primeiro dia do anúncio, uma deputada opositora, marconista [Lêda Borges], subiu ao plenário para elogiar. O resultado está aí”, disse Cirqueira. Ele é base do governo na Alego e afirmou, sem citar nomes, que os ânimos estavam alterados.

De fato, a deputada de oposição Lêda Borges (PSDB) parabenizou a escolha da ex-senadora. “Uma grande aquisição para o governo. Sempre esteve nas fileiras, ajudando o PSDB a governar o Estado. Possui experiência administrativa de sobra”, elogiou.

Outras alterações

Houve mudanças, ainda, na Casa Militar, com saída do Coronel Newton Nery de Castilho, em maio. Entrou Coronel Luiz Carlos de Alencar, atual líder da pasta. Na Goinfra, saiu Enio Caiado, em outubro, e entrou Pedro Sales. Ele esteve na Codego de agosto a outubro, substituindo a Valderi Borges. Marcos Cabral assumiu a Codego a partir de outubro, no lugar de Sales.

Já no Goiás Parcerias, Eduardo Macedo iniciou, mas foi substituído, interinamente, por Heitor Camargo, entre setembro e outubro. A partir daquele mês, Enio Caiado assumiu a função oficialmente.

A saída Eduardo Macedo da Goiás Parcerias teria ocorrido após reportagem de O Popular revelar a contratação irregular de um escritório de advocacia pelo órgão. Ele seria exonerado da companhia, mas renunciou antes.

Por fim, na Agência Brasil Central (ABC), Vassil Oliveira ficou de janeiro a julho e foi substituído por José Roberto Borges da Rocha Leão, a partir de agosto. Lembrando que Vassil iniciou o ano na Secom.

Legislativo

Constantemente, o Poder Executivo envia projetos de Lei ao Legislativo. Talvez, o mais importante de todos, em 2019, tenho sido a Reforma da Previdência Estadual. A matéria foi aprovada em definitiva votação no dia 21 de dezembro.

CaiadoRonaldo Caiado (DEM) fala com os deputados estaduais sobre a necessidade de aprovação dos projetos apresentados, no começo do ano
(Foto: Divulgação/Assessoria Ronaldo Caiado)

Na mesma data, outros temas polêmicos passaram pela casa: os Estatutos do Servidor e do Magistério. Entre outras coisas, as medidas retiraram o quinquênio dos servidores, bem como a licença-prêmio, que foi substituída por uma licença para capacitação. Todas as votações, inclusive, foram acompanhadas por intensos protestos nas galerias da Casa.

Já no primeiro semestre de 2019, outro dispositivo polêmico aprovado é o que autoriza a adesão de Goiás ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). As adequações para entrada no regime, segundo deputados da base, ainda estão na mesa. Zé Carapô (DC), vice-líder do governo Caiado, comentou sobre o tema, ao falar sobre a extinção de fundos especiais do Estado. Isso porque o Fundo de Arte e Cultura e outros cinco foram mantidos, apesar da aprovação da matéria, em 18 de dezembro.

Outra pauta aprovada e que também gerou burburinho foi a que prevê a abertura de capital da Saneago. No dia 7 de novembro, o texto passou na Alego. Na primeira votação houve muito protesto, porém, na segunda e definitiva, a galeria estava tranquila.

PEC da Educação

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) não foi um projeto do Executivo, mas um aditivo (jabuti) colocado em uma PEC de outro tema. Ela inclui a Universidade Estadual de Goiás (UEG) no orçamento total anual da educação, que é de 25%. Antes, a UEG tinha verba própria e separada de 2%.

Foram quatro tentativas até a OEC ser, realmente, aprovada, no começo de dezembro. A terceira foi suspensa por decisão da juíza Patrícia Dias Bretas, depois de aprovada (setembro), devido a trâmites processuais.

E por falar em UEG, no dia 20 de setembro o procurador do Estado de Goiás, Rafael Gonçalves Santana Borges, foi nomeado reitor da Universidade pelo governador Ronaldo Caiado. A escolha foi feita após a renúncia do reitor interino, professor Ivano Devilla, que substituiu o também professor Haroldo Reimer.

Principais projetos do Executivo aprovados

Além dos já citados, os principais projetos do Executivo aprovados no Legislativo, segundo o próprio governo, foram: Lei nº 20.637, Programa Social de Formação, Qualificação e Habilitação Profissional de Condutores de Veículos Automotores; Lei nº 20.491, Reforma Administrativa do Poder Executivo; Lei nº 20.468 (Paulo César Martins), Revogação da Lei nº 19.473, de 03 de novembro de 2016, que institui a política estadual da distribuição de energia elétrica e a concessão de crédito outorgado de ICMS à Celg-D, atual Enel; Lei nº 20.629 (Karlos Cabral), Punição aos atos praticados contra animais domésticos ou domesticáveis; Lei nº 20.597 (Talles Barreto), Estabelece a obrigatoriedade de utilização de canudo de material biodegradável em restaurantes, bares, lanchonetes e outros.

E mais: Lei nº 20.514, que autoriza, para fins exclusivos de exportação, a extração e o beneficiamento do amianto da variedade crisotila no Estado de Goiás; Lei nº 20.510, para criação da Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e de Lavagem ou Ocultação de Bens; Lei nº 20.506, autoriza repasse de recursos financeiros do Fundo Especial de Reaparelhamento e Modernização do Poder Judiciário (Fundesp) ao Tesouro Estadual; Lei nº 20.492, institui medidas facilitadoras para que o contribuinte negocie seus débitos de IPVA e ITCD, durante a Semana de Conciliação de 2019; Lei nº 20.489, cria Programa de Integridade para as Empresas que contratarem com a Administração Pública do Estado; Lei nº 20.487, traz alterações na Lei nº 15.503, de 28 de dezembro de 2005, que dispõe sobre a qualificação de entidades como organizações sociais; Lei nº 20.482 (Virmondes Cruvinel), pela criação da Política estadual de estímulo, incentivo e promoção ao desenvolvimento regional de startups; Lei nº 20.454 (Humberto Aidar), prevê a disponibilização de meio eletrônico para interposição de recursos perante o Detran; Lei nº 20.422, estabelece o programa de auxílio-alimentação na Secretaria de Estado da Educação.

Outras são: Lei nº 20.421, que elimina da graduação de Soldado de 3ª Classe na Carreira de Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar; Lei nº 20.625, institui a Política Estadual “Asas da Saúde”, que consiste no transporte aeromédico de pacientes do SUS que necessitem se deslocar a outros municípios para tratamentos emergenciais; Autógrafo de Lei Ordinária nº 371/19 (Lissauer Vieira e Bruno Peixoto – ainda sem sanção), simplificação das normas para licenciamento ambiental para reduzir a burocracia e agilizar a obtenção de licenças; e, por fim, a Lei nº 20.553 (Zé Carapô), pela criação do Programa Emancipar para apoio do Estado na produção e comercialização de produtos da agricultura familiar.

CaiadoRonaldo Caiado durante coletiva que apresentou a Reforma da Previdência (Foto: Francisco Costa / Mais Goiás)

Susto

O ano do líder do Executivo de Goiás também teve um susto. Caiado chegou a ser internado às pressas em hospital por suspeitas de infarto. Contudo, a informação foi posteriormente negada.

“Teve um momento que eu realmente me preocupei.” Foi o que Caiado disse em 11 de outubro, dois dias depois de ser internado no Hospital do Coração de Goiás, em Goiânia, após sentir uma dor torácica. O vídeo, que trouxe a mensagem tranquilizadora do gestor, foi gravado direto do Hospital Sírio-Libanês em São Paulo, para onde ele foi transferido. “Mas as coisas tomaram o caminho certo e hoje já estou aqui, fui submetido a uma angioplastia. Estou bem, vocês estão vendo”, continuou.

Inicialmente, a suspeita levantada pela Revista Veja foi de infarto. Mas na unidade de São Paulo, os médicos realizaram testes e descartaram possibilidade. O democrata passou por uma bateria de exames, incluindo cateterismo e angioplastia, com a implantação de um stent (prótese utilizada para evitar obstrução de vasos sanguíneos).

“Quero agradecer a Deus, a todos vocês, por essa corrente de oração que fizeram por mim, todo o Estado de Goiás. Agora a gente continua a luta. Vamos voltar em breve ao nosso querido Estado de Goiás, junto ao meu povo”, disse, também, no vídeo.

Caiado recebeu alta médica do Sírio-Libanês no dia 13 de outubro. A agenda institucional do governador foi retomada no dia 15 do mesmo mês.

Caiado e Bolsonaro

Em 2019, o presidente Jair Bolsonaro visitou Goiás em seis ocasiões. O gestor federal é aliado de longa data do governador Ronaldo Caiado, pois ambos estiveram por mais de duas décadas no Congresso Nacional.

Bolsonaro esteve em Goiás, pela primeira vez desde que assumiu a presidência da república, em 31 de maio. Ele viajou, especificamente, para participar da 46ª Assembleia Geral Extraordinária da Convenção Nacional das Assembleias de Deus no Brasil. Em discurso, defendeu a necessidade de um ministro evangélico no Supremo Tribunal Federal (STF).

No mesmo dia, ele encontrou o governador Ronaldo Caiado no Palácio das Esmeraldas, onde foi discutida a possibilidade de utilizar o Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) para investimento em infraestrutura e desenvolvimento regional.

Em 5 de junho, ele visitou o município e Aragarças, quando foi lançado o projeto “Juntos pelo Araguaia”. Em 26 de julho, ele esteve, novamente, em Goiânia para prestigiar a cerimônia de 161 anos da Polícia Militar de Goiás e Formatura da 45º turma de aspirantes da PM. O sobrinho dele era um dos formandos: o cadete Luiz Paulo Leite, que recebeu uma medalha, apesar de não ter sido o primeiro ou segundo colocado na turma. Foi nesta data, também, que o presidente chamou de “idiota” uma pergunta sobre carona de parentes em helicóptero da Força Aérea Brasileira (FAB) e terminou a coletiva após menos de 1 minuto. Confira o vídeo:

A quarta visita ao Estado foi em 31 de julho, ocasião em que Bolsonaro esteve em Anápolis para assinar o contrato de Concessão da Ferrovia Norte-Sul. Na quinta vez, em 4 de setembro, ele retornou à cidade. E esteve na Base Aérea para participar da entrega do novo cargueiro da FAB, o KC-390. Já em 8 de novembro, participou da entrega de 214 ônibus escolares em Goiânia. Os veículos foram distribuídos para 133 municípios de Goiás.

Caiado(Foto: Divulgação/Governo)

Esta última data coincidiu com a soltura do ex-presidente Lula. Bolsonaro não falou com a imprensa, mas defendeu a família na prova do Enem e fez piada sobre a idade de Iris [inclusive com cunho sexual].

Fonte: Mais Goiás

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Alan Ribeiro
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