A disputa pela prefeitura da cidade turística movimenta partidos e faz surgir primeiros nomes
Helton Lenine
Caldas Novas é a maior potência turística do Centro-Oeste do Brasil. Por ano, recebe mais de 4 milhões de turistas, mais que a população de Goiânia e região metropolitana. Apesar da pujança, a má avaliada administração de Evandro Magal (PP) deixou a cidade na penúltima posição do ranking de gestão do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Com dívida superior a R$ 17 milhões, o município passa por crise na saúde, ruas esburacadas, falta de água constante e déficit de vagas em creche.
Além da crise institucional (são mais de 100 obras paradas), a política de Caldas Novas também sofreu por uma grave mácula na esfera política. Magal e assessores chegaram a ser presos por 10 dias na Casa de Prisão Provisória (CPP), em Aparecida. Em setembro a prisão completa um ano e os processos contra o prefeito se avolumam no fórum de Caldas Novas e no Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO). Magal já foi reeleito e está fora da disputa eleitoral do ano que vem.
O caos na política de Caldas Novas fez a população buscar um novo nome para assumir as eleições em 2020. A tentativa dos moradores de Caldas Novas é eleger um perfil gestor, que equilibre contas, tenha bom trânsito com o Governo de Goiás e interlocução com o Governo Federal.
Depois das últimas movimentações, os partidos políticos lançaram seus pré-candidatos. O primeiro da fila foi o Partido Liberal (PL), conduzido em Goiás pelo ex-presidente do Departamento de Água e Esgoto de Caldas Novas (Demae), Flávio Canedo. O nome do PL é a deputada federal Magda Mofatto. No terceiro mandato consecutivo na Câmara Federal, Magda alia experiência política e trânsito com Brasília.
Além de relação institucional com o governador Ronaldo Caiado (DEM), Magda tem bandeiras em comum com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) – ambos foram colegas de parlamento por dois mandatos na Câmara – e conhece pessoalmente todo seu ministério.
Com trabalho legislativo voltado à Caldas Novas, Magda Mofatto já dedicou mais de 7 milhões de reais em emendas parlamentares para a Capital das Águas Quentes só no primeiro semestre de 2019. Ao longo dos mandatos, a conta passa de 40 milhões de reais em recursos destinados.
Ao Diário da Manhã, Magda disse que está focada em Brasília, mas que pode concorrer caso haja um amplo apoio popular. “Vejo que a população de Caldas Novas está sofrida, pedindo um gestor, uma pessoa capaz de resolver os enormes problemas financeiros e de gestão que a cidade vive. Estou focada em Brasília, mas não posso ser alheia os pedidos que me chegam todos os dias. Vejo que Caldas Novas precisa de um perfil gestor, alguém que coloque as contas em dia, equilibre receitas e despesas, pague os fornecedores sem atraso e coloque a certidões em dia para receber os repasses de emendas parlamentares e do Governo Federal”, afirma a parlamentar liberal.
Magda evita falar diretamente de Magal, de quem foi opositora por anos a fio. “Não preciso nem dizer. As pesquisas, os rankings e a voz da população mostram que foi um péssimo governo”, completa.
Sobre alianças partidárias, Magda Mofatto diz que está compondo e que a articulação é conduzida pelo presidente do PL, o esposo dela Flávio Canedo. “Temos muitos aliados, em praticamente todas as esferas de administração, em centenas de prefeituras, no Governo do Estado e no Governo Federal. Ainda é prematuro falar sobre alianças, mas estamos sendo procurados para composições com o Partido Liberal”, complementa a deputada.
Outros nomes
Outros nomes aparecem no cenário político de Caldas Novas. Um deles é do vereador de oposição Léo de Oliveira (PPL). Crítico feroz de Magal, Léo não tem perfil gestor, mas ganhou popularidade ao rivalizar com o prefeito. Em recente episódio, os dois trocaram xingamentos em visita do secretário de Saúde do Estado, Ismael Alexandrino. As ofensas só não terminaram em sopapos por que a briga foi separada pelo deputado estadual Amauri Ribeiro (PRP), que estava na ocasião.
Nomes com o do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Subseção Caldas Novas, Andrei Barbosa (sem partido) e do vereador de oposição Silio Junqueira (PRTB) também são lembrados, mas carecem de expressão política e alianças partidárias. Há ainda apoiadores do primeiro secretário de saúde de Evandro Magal, o empresário Kleber Marra. O policial militar, o tenente coronel Carlos Eduardo Belelli, também pode ser candidato.
Rodrigo Lima (PL) também é lembrado. Ele é vereador e apresentador da TV Caldas. Rafael Moraes (PTB), advogado e vereador, é cotado para a disputa. É apontado como um político que se posiciona.
LEGENDAS DAS FOTOS:
1) Evandro Magal (PP)
2) Magda Mofatto (PL)
3) Andrei Barbosa (sem partido)
4) Léo de Oliveira (PPL)
