
O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organização (Gaeco), intimou para o dia 11 de julho de 2019 o prefeito de Caldas Novas, Evandro Magal (PP) e mais 25 pessoas para prestar depoimento em modalidade de instrução no processo da “Operação Negociata”. Os depoimentos acontecerão a partir das 9 horas da manhã, na sede do MP, em Goiânia.
A deflagrada no dia 13 de setembro de 2018, a “Operação Negociata” prendeu oito pessoas, entre elas o prefeito de Caldas Novas, Evandro Magal, assessores, diretores e empresários. Na época, o MP-GO, contou com o auxílio das polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal, que encaminhou os detidos à sede da Casa de Prisão Provisória (CPP), em Aparecida de Goiânia e ficaram presos provisoriamente por 10 dias. O objetivo da operação é desbaratar uma quadrilha que atua na fraude de licitações e na composição de empresas fantasmas.
Simultaneamente, além de Caldas Novas, a operação abrangeu Goiânia, Morrinhos, Itumbiara, Aruanã, Aparecida de Goiânia e em Santa Vitória (MG). Na cidade das águas quentes, o prefeito foi preso no Residencial Saint Paul. O prédio da Prefeitura da cidade e do Poupa Tempo também foram alvos da operação, além de um gabinete de vereador, que não teve a identidade divulgada.
Durante coletiva de imprensa, realizada no dia da operação, o MP-GO declarou que há provas que mostram que o prefeito era líder do esquema. Entre as fraudes, estão o direcionamento de licitações a empresas, muitas delas fantasmas, que estavam ligadas com o prefeito que apontam rendimentos de até R$ 1 milhão.
Empresas fantasmas
A Operação Negociata, que culminou na prisão do prefeito de Caldas Novas, Evandro Magal (PP), investiga a fraude em pelo menos dez licitações para empresas fantasmas que prestaram serviços na cidade. Segundo o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), as irregularidades renderam mais de R$ 1 milhão para os estabelecimentos ligados ao chefe o Executivo Municipal. Além do prefeito, mais oito pessoas foram detidas na operação, entre elas empresários, atuais e ex-servidores.
Segundo o coordenador da operação e promotor de Justiça, Luís Guilherme, a investigação ocorre desde 2015, após a promotoria ser informada sobre crimes de desvios de dinheiro e concessão de vantagens indevidas entre o poder executivo e empresários da cidade turística. Ainda segundo o promotor, o prefeito é apontado como líder de um esquema voltado para ações de corrupção e pagamento de propina.
“Estamos analisando todos os documentos, mas alguns já indicam fraudes em processos licitatórios, para que houvesse um direcionamento a determinadas empresas que tinham ligações com o prefeito, como de assessoria e consultoria computacional e de materiais elétricos. Além disso, possui elementos que houve pagamento de licitações para empresas que nunca existiram, mas que receberem pelo contrato firmado. Em apenas uma planilha encontrada, contabilizava o valor de R$ 1 milhão”, conta.
Segundo o promotor, as empresas vencedoras mantinham um contrato com o município e, na data estipulada, era realizado o pagamento na conta da empresa. Posteriormente, esses valores eram repassados para contas de pessoas que não tem envolvimento formal com o município. Logo depois, depositava-se o dinheiro em conta de terceiros, que realizavam os saques.
Fonte: G1, com informações do MP-GO