Aos 17 anos, Ana Beatriz tem quase 60 mil seguidores e não deixou a doença e a diferença estética impedirem que ela fizesse trabalhos de modelo, dando dicas de moda e maquiagem.
A estudante Ana Beatriz Mesquita, de 17 anos, é cega de um dos olhos por causa do glaucoma que teve na infância. Superando os preconceitos e buscando se aceitar, ela começou a compartilhar a própria história e dicas de maquiagem e beleza nas redes sociais. Com quase 60 mil seguidores, a moradora de Catalão, no sudeste goiano, comemora poder influenciar tantas pessoas.
“A partir do momento que você se aceita, tudo fica mais fácil de resolver, de lidar, você impõe respeito. Não é fácil, mas você tem que impor, tem que exigir que você seja tratado como uma pessoa normal, porque é isso que você é”, contou.
Antes dos 4 anos, ela fez cinco cirurgias no olho por causa do glaucoma e perdeu a visão. Ana conta que sempre sofreu preconceitos, mas se esforça para não dar valor às vozes que a colocavam para baixo.
“Se eu te falar que não sofro bullying eu estou mentindo, porque sempre tem uma piadinha ali, alguém te olhando torto. Mas assim, eu nunca me importei. O que é diferente as pessoas sempre vão olhar”, observou.
Mãe dela, Soégima Batista lembra que quando a filha foi diagnosticada com a doença, ela e a família também começaram a aprender sobre preconceito.
“O preconceito começa dentro de casa. Não se pode tratar a criança com glaucoma diferente das outras. Se você começar a tratar ela de forma diferente ela já vai crescer com isso na cabeça. ‘Eu sou diferente, eu não vou receber uma correção porque sou diferente’. Até quando é criança é mais tranquilo, mas quando a pessoa cresce, isso vira um problema”, contou.
A adolescente faz tutoriais de moda, maquiagem e costuma ser convidada por lojas para divulgar produtos e lançamento de coleções. No entanto, ela conta que essa é só uma parte do que ela procura fazer nas redes.
Sabendo que ela pode levar mensagens de “superação” a outras pessoas que sofrem com preconceito e têm dificuldade de se aceitar, ela procura esse contato com os seguidores para inspirar autoestima e autoconfiança.
“Quando eu descobri que tinha essas pessoas que tinham esses problemas, que não conseguiam se aceitar e vi que eu podia ajudar, fiquei muito feliz, porque sempre gostei muito de ajudar as pessoas. Quando eu vi que a minha história poderia ajudar outras pessoas, foi quando eu pensei: ‘Vou conta minha história no Instagram’. Eu comecei a contar e foi surgindo gente atrás de gente”, contou.