
Ex-presidente Michel Temer é preso pela força-tarefa da Lava-Jato do Rio
Prisão preventiva foi cumprida em São Paulo, na casa de Temer, mas pedido é da Justiça Federal do Rio de Janeiro. Moreira Franco também foi preso
Os policiais cumpriram ainda, no Rio de Janeiro, mandado contra Moreira Franco, ex-ministro de Minas e Energia de Temer. Há mandados contra outras seis pessoas, incluindo empresários. A prisão é desdobramento da A Operação Radioatividade, a 16ª fase da Lava-Jato, que investigou corrupção na usina de Angra 3.
Temer é o segundo ex-presidente do Brasil a ser preso. O primeiro foi Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que hoje cumpre pena em Curitiba. Suspeitas recaem sobre Temer desde a época em que era presidente. Ele foi alvo de duas denúncias, que não foram levadas adiante, apesar de tentativas de deputados da oposição de autorizar as investigações.
Hoje, o ex-presidente responde a 10 inquéritos na Justiça. Cinco deles tramitavam no Supremo Tribunal Federal (STF), abertos quando ele era presidente da República, devido ao foro privilegiado. Esses cinco processos foram encaminhados à primeira instância depois que ele deixou o cargo.
Conversa com Joesley
Um dos escândalos que envolveram o presidente Temer e que o colocou sob risco de impeachment tinha relação com a gravação de uma conversa que ele teve com o executivo da JBS Joesley Batista.
Na conversa, Temer disse uma frase que se tornou notória: “Tem que manter isso, viu?”. A frase foi dita quando os dois comentavam a proximidade de Batista com o ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ) e o pagamento de benesses do empresário ao principal responsável pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT).
Notas do MDB e de policiais
O partido de Michel Temer e Moreira Franco emitiu nota criticando a atuação da Justiça na prisão dos dois políticos. Diz o texto: “O MDB lamenta a postura açodada da Justiça à revelia do andamento de um inquérito em que foi demonstrado que não há irregularidade por parte do ex-presidente da República, Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco. O MDB espera que a Justiça restabeleça as liberdades individuais, a presunção de inocência, o direito ao contraditório e o direito de defesa”.
A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) também se manifestou nas redes sociais acerca da prisão do ex-presidente Michel Temer. “Não existem privilegiados para os policiais federais. Nosso é fazer com que a lei seja aplicada de forma igualitária para todos. Essa é mais uma demonstração do profissionalismo e apartidarismo presente nos trabalhos conduzidos pela Polícia Federal.”
Fonte CB Correio Brazilense