É raro nos encontrarmos diante das grandes qualidades humanas. Não é todo dia que vemos uma boa ação ou ao menos um gesto de solidariedade. Não vemos nem simpatia, quanto mais um gesto rasgado, em que uma mão se estende para quem está precisando de uma mão estendida.
É duro? Eu sei. Não se aplica a você? Que bom. A melhor coisa do mundo é encontrar gente que faz, que acredita em fazer e por isso não tem medo, nem espera nada em troca.
Quem faz, faz porque quer. Por isso, se você quer passar pela vida sem se decepcionar com o próximo, não espere muita coisa e tenha claro três verdades: nunca espere agradecimento ou gratidão, não espere ajuda e não espere pena ou comiseração.
Não existem? Ao contrário, existem, mas como não acontecem todos os dias, vale muito mais a exceção que confirma a regra.
Se você quiser ajudar alguém, faça. Será bonito e será, sem dúvida, uma bela ação. Mas faça porque você quer fazer, sabendo que você quer fazer e não porque você espera o muito obrigado profundamente agradecido de quem você ajudou.
Um grande empreendedor brasileiro contava que durante um voo a pessoa sentada no banco de trás falava mal dele. Quando aterrissaram, ele se colocou de lado para ver quem era e ele não conhecia a pessoa. Vale sua conclusão: “o pior é que eu nunca ajudei essa pessoa”.
Da mesma forma, se você afundar de verdade, for ao fundo do poço, também não espere ajuda. Dificilmente você a terá e, quando tiver, será invariavelmente de alguém inesperado.
Finalmente, não imagine que sentirão pena de você. O rei caiu, viva o novo rei! Honras e glórias para ele. O passado não importa.
Crônicas da Cidade
