ELEIÇÕES 2020 Um deles será prefeito de Goiânia

Quem será o prefeito de Goiânia em 2020? Já existe uma lista com candidaturas no nascedouro. Disputa promete ser uma das mais difíceis das últimas décadas

Quem pode ser candidato

Iris Rezende (MDB)
Maguito Vilela (MDB)
Zacharias Calil (DEM)
Wilder Morais (DEM)
Anselmo Pereira (PSDB)
Dra. Cristina (PSDB)
Eduardo Prado (PV)
Adriana Accorsi (PT)
Major Araújo (PSL).
Elias Vaz (PSB)
Felisberto Tavares (PR)
Francisco Jr (PSD)
Tatiana Lemos (PCdoB)
Isaura lemos (PCdoB)

Welliton Carlos
Nos próximos três meses um cenário político extremamente competitivo se estabelecerá na Capital: uma árdua disputa para a Prefeitura de Goiânia. O MDB seguirá em busca de manutenção de seu poder, já que desde 2004 vence as disputas.
O prefeito Iris Rezende (MDB) é o favorito da disputa e também o principal nome do partido. Neste e no próximo ano apostará suas fichas na inauguração de obras.
É favorito por diversos fatores: conhece como ninguém a disputa eleitoral da Capital, é o nome mais popular dos postulantes, tem experiência administrativa e conhece os bairros de Goiânia com grande intimidade. As primeiras pesquisas devem indicar sua liderança isolada.
Além de Iris, o MDB tem outro nome de peso – o ex-governador Maguito Vilela. Após atuar no comando da Prefeitura de Aparecida de Goiânia, o emedebista poderá ser uma alternativa ao prefeito Iris, desde que o prefeito não tenha interesse em concorrer à reeleição.
Há 20 dias, por meio de informações de bastidores, o DM antecipou que Maguito poderá participar da disputa. Com apoio dos iristas, a candidatura de Maguito tomaria corpo. Ainda que o DEM esteja ao lado de Iris na capital, é cada vez mais factível a possibilidade da legenda lançar um candidato para a disputa. Com apoio de Ronaldo Caiado, o partido cogita dois nomes: ex-senador Wilder Morais e o deputado federal Zacharias Calil.
Wilder é mais cotado por conta do background dos eleitores que teve na disputa ao Senado. Ele é o candidato estreante que mais teve votos na história de Goiás, chegando a quase 800 mil sufrágios. Seu nome circula com facilidade nos grupos de Whatsapp que debatem política e seguidores já chamam o ex-senador de prefeito. Wilder já disse que não será candidato “dele mesmo”. Está focado em sua atuação no Governo de Goiás e costuma evitar movimentos excessivamente políticos.
O nome do cirurgião Zacharias Calil surgiu de forma espontânea. Sua votação foi surpreendente: 151.508 votos.  O povo abraçou sua candidatura em uma espécie de voto difícil de conquistar e mais difícil ainda de perder – aquele em que a pessoa vota não no político, mas no passado da pessoa. E passado não se costuma perder.
Médico com grande popularidade midiática devido à separações de siamesas veiculadas até mesmo no jornal francês “Le Monde”, ele conseguiu o improvável: converter admiração na prática médica em voto. Geralmente, o médico se elege por cuidar das pessoas, Calil teve este ingrediente, mas o que alavancou sua grande votação foi a popularidade.
Dos nomes de Iris, Maguito, Wilder e Zacharias podem sair os mais votados na disputa de 2020. Mas existem várias outras candidaturas no forno. Partido sem tradição na capital, o PSDB deve entrar na disputa. Nas eleições passadas, o vereador Anselmo Pereira se colocou na pré-campanha. Mas foi atropelado pelo comando estadual, que entregou a candidatura para Giuseppe Vecci – que decidiu desistir da disputa e após recomendação de Marconi Perillo tornou público o apoio para Vanderlan Cardoso (PP).  A vereadora Dra. Cristina também pode tentar viabilizar seu nome para a disputa, mas enfrenta as mesmas dificuldades de Anselmo: o PSDB sofreu inúmeras denúncias e investigações nos últimos anos. A legenda está estigmatizada.
A Assembleia Legislativa pode fornecer três nomes para a disputa: Delegado Eduardo Prado (PV), Adriana Accorsi (PT) e Major Araújo (PSL). O primeiro seria uma novidade, já que não disputou nenhuma vez um cargo majoritário. Adriana Accorsi teve 46,103 votos, ficando na 5° colocação. Araújo foi eleito vice-prefeito na chapa ao lado de Iris Rezende, mas optou em abandonar o cargo e seguir como deputado estadual.  Os três militam na área de segurança pública. Mais fresco na memória está a atuação de Prado, que exerceu suas atividades policiais nos últimos anos e prendeu os mais perigosos traficantes do estado, além de participar da prisão do serial killer Tiago Rocha.

PULO
Eleito para a Câmara dos Deputados, o ex-vereador Elias Vaz (PSB) pode ser uma das novidades na disputa em 2020. O político não tem alternativa, já que ao se eleger para exercer um mandato em Brasília naturalmente perdeu contato com os antigos eleitores de Goiânia. Sem a militância contra o prefeito Iris – o que o ajudava a se evidenciar –, sua imagem vem perdendo saliência.
Apesar desta situação momentânea poderá ter apoio do ex-vereador e senador Jorge Kajuru, do mesmo partido. Elias pode ganhar musculatura durante os debates, já que é bom no enfrentamento de ideias.

Francisco Jr deve tentar novamente

O deputado federal Francisco Jr (PSD) é outro nome cogitado por conta de seu desempenho surpreendente em 2016. O político de origem católica conquistou 9,31% dos votos, com 63,712 sufrágios.
Francisco Jr faz a mesma linha dos políticos calmos: fala de forma pausada, tranquilo, sem arroubos demagógicos ou histeria.
Destacou-se frente aos demais candidatos “barulhentos”. Delegado Waldir, que ficou em terceiro lugar, com 10.48% dos votos, por exemplo, se colocou na disputa com antecedência. O perfil de Francisco Jr foi antagônico ao de Waldir e carreou tantos votos quanto o concorrente.
Outro grupo que deve disputar as eleições é integrado pelo PC do B. Isaura Lemos ou Tatiana Lemos estão interessadas na disputa. Mãe e filha sabem que é arriscada a derrota de Tatiane até mesmo para uma reeleição na Câmara. Daí a tentativa de buscar um fato novo para anunciar esta intenção.
Ainda na Câmara, outro que tem pensado em disputar a Prefeitura de Goiânia é o policial rodoviário federal Felisberto Tavares – que teve 6.670 votos em 2016.  Seu nome já começa a circular na própria Câmara Municipal e órgãos públicos.

Kajuru, Vanderlan e Delegado Waldir estão fora

Diante do favoritismo de Iris Rezende e da colocação em cargos de mais destaque – caso dos senadores Jorge Kajuru e Vanderlan Cardoso –, muitos possíveis candidatos estão automaticamente fora da disputa. Kajuru e Vanderlan atuam agora como senadores em Brasília. Abandonarem seus cargos para assumir a Prefeitura de Goiânia seria contraproducente. Eles estão de olho, de fato, é na disputa ao Governo de Goiás. Eleito graças ao grupo organizado por Ronaldo Caiado (DEM), Kajuru rapidamente pulou para a oposição, apresentando sinais de que pode ser candidato em 2022.
Vanderlan Cardoso segue a mesma orientação e deve disputar as eleições em 2022, de olho no Palácio das Esmeraldas.
Delegado Waldir, por sua vez, terá uma prova de fogo nos próximos anos: caso seu grupo prove uma boa administração, é provável que ele dispute o Senado ou Governo de Goiás em 2022.  Se o governo Bolsonaro fracassar é provável que ele tente a reeleição.

EVANGÉLICOS
Os evangélicos sempre acalentaram o sonho de disputarem as eleições de Goiânia. O grupo apresentou pelo menos três nomes no passado: João Campos (PRB), Daniel Messac (PSDB) e Fábio Sousa (PSDB).
O grupo é desunido e deve seguir desta forma na disputa de 2020. Enquanto a Universal pode cogitar lançar João Campos, as Assembleias de Deus se dividem: Campo Fama deve apoiar Iris Rezende ou o candidato indicado pelo grupo, campo Campinas pode caminhar novamente com Wilder Morais (como fez durante a eleição para o Senado) ou apoiar João Campos (campo Vilna Nova), em busca de uma união.
O grupo – dentre os apartidários – seria um dos mais fortes, já que conta com uma grande base. O difícil é fechar uma união.

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Alan Ribeiro
Alan Ribeiro

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