
Governador cobra investigação de contratos firmados pela gestão anterior; novo governo tenta desarmar compras supérfluas e ilegais. R$ 288 mil foram contratados em compras de bebidas
Ronaldo Caiado quer análise detalhada de contratos que foram fechados nos últimos dias da gestão anterior ( Foto: Divulgação)
Welliton Carlos
Após anunciar a venda de carros de luxo que serviam aos antigos governadores de Goiás, o atual governador Ronaldo Caiado (DEM) requereu na quinta-feira, 10, auditoria de quatro contratos assinados pela gestão anterior para a compra de comidas e bebidas destinadas ao Palácio das Esmeraldas.
Conforme notícia publicada pela revista “Época”, os recursos destinados para consumo na sede da administração estadual alcançam “quase R$ 300 mil”. A vigência da contratação é de um ano, valendo de 28 de dezembro de 2018 à 27/12/2019.
Eleito governador em 7 de outubro, Caiado enfrenta uma das maiores crises financeiras da história de Goiás, em que o Estado foi classificado pela Secretaria Nacional do Tesouro, do Ministério da Fazenda, com a letra D, de completa inadimplência (Goiás está proibido de pegar dinheiro emprestado por ser mal pagador).
Nem mesmo a venda do maior ativo dos goianos, a empresa de energia Celg, realizada pela gestão 2014-2018, foi capaz de fazer com que o estado conquistasse equilíbrio financeiro e reanimasse as finanças.
Com pagamentos de remunerações de servidores atrasadas e hospitais em colapso, o atual governador tem adotado atos administrativos urgentes – como a venda dos automóveis de luxo, redução do número de comissionados na máquina pública e tentativa de negociação com o Governo Federal – principal credor das dívidas de Goiás.
Os recursos arrecadados com os carros serão destinados para a Organização Social (OS) que dirige o Hospital Materno Infantil (HMI), primeira unidade de saúde visitada pelo governador.
BEBIDAS
Os contratos das bebidas fazem parte de um grupo com outros 2.500 que serão auditados, informa a equipe do atual governador.
Caiado afirma que os gestores anteriores abusaram de supérfluos diante da crise instalada em Goiás, já que é preciso estabelecer uma escala de prioridades onde o direito à vida é a maior emergência.
Apesar do processo ter sido publicado no dia 3 de janeiro, o gasto foi encomendado pelo governo anterior, conforme documentos divulgados pela Secretaria de Gestão. O Diário Oficial revela contratos que somam R$ 288 mil, fechados a partir de pregão eletrônico com as empresas frios, agrícolas, frutarias e bebidas. .
Conforme nota do órgão, o contrato é do final do ano passado: “A Secretaria de Gestão e Planejamento esclarece que o contrato de compra de frutas para a Secretaria de Estado da Casa Militar é de 28 de dezembro de 2018 e apenas a publicação no diário oficial foi realizada em 2019. O novo governo assumiu há 10 dias, o que torna inviável que qualquer contrato que demanda licitação tenha sido firmado pela atual gestão. A Segplan esclarece ainda que cerca de 2500 contratos do governo anterior estão sendo revisados”.