
Futuro governador articula para enviar projeto de lei que acaba com a terceira classe na Segurança Pública; área será prioridade no governo
Após enviar para a Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) o projeto de lei que prevê o reajuste salarial de 2.250 policiais e bombeiros batizados funcionalmente como terceira classe, o futuro governador Ronaldo Caiado (DEM) pretende iniciar um processo de valorização dos servidores tendo em vista buscar a melhoria na prestação dos serviços públicos.
Caiado deverá enviar no primeiro mês de governo a proposta para Alego. Dentro da casa legislativa, no intuito de defender a causa dos policiais, existirão pelos menos dois entusiastas da causa – os deputados estaduais Delegado Eduardo Prado (PV) e Major Araújo (PRP), defensores do segmento da segurança pública e que apoiaram o compromisso de Caiado durante a campanha.
O secretário de Segurança Pública Rodney Mirada (PRB) estudará a matéria antes que ela seja enviada para a Alego após autoconvocação da Assembleia para atuar em janeiro. O secretário tem interesse em motivar os agentes de segurança para obter melhores resultados nos índices de violência que figuram nas manchetes dos jornais.
Na campanha eleitoral, Caiado questionou o governador José Eliton (PSDB) quanto ao valor que o Governo de Goiás paga para os servidores – R$ 1,5 mil.
A iniciativa de pagar baixos salários para os servidores não foi de Eliton, mas do ex-governador Marconi Perillo. Na ânsia de aumentar o efetivo da PM durante as crises de insegurança pública qe ocorreram em 2015 e 2016, a administração atual realizou concurso com a menor remuneração do país. “É desumano dar a um cidadão que é responsável pela segurança do nosso estado um valor de 1,5 mil reais, pois isso deixa ele desmotivado para prestar aquilo que é fundamental para todos nós”, criticou Caiado.
DEMAIS SERVIDORES
Além da PM, a proposta de Caiado para o segmento deverá contemplar agentes prisionais, escrivães e agentes da Polícia Cívil. Outra medida do futuro governador deverá ser a convocação de fiscais para atuarem no Procon Goiás, certame que ocorreu há quase dois anos.
Pela primeira vez, desde sua criação, em 1986, a política de consumidor de Goiás terá a presença de servidores efetivos e selecionados de acordo com a competência exigida para a área. O órgão é também ligado à Segurança Pública.
VIOLÊNCIA
Caiado tem reafirmado que a interiorização da violência está em curso no Estado, daí sua missão em levar mais unidades de segurança pública para os municípios. Inúmeras cidades não tem delegacia ou a presença de policiais militares.
O déficit no efetivo é um dos primeiros sintomas deste cenário de violência, já que a falta de policiamento reduz a vigilância da criminalidade nas ruas e demais espaços públicos. “O estado não consegue prestar um serviço de qualidade para o cidadão – socorrer a vítima, dar assistência à família e demais prejudicados, prevenir e repreender o crime. Ao contrário, ele potencializa os efeitos da violência nas cidades, produz artificiosamente uma clientela prisional e difunde a cultura do medo e da insegurança”, disse Caiado em seu plano de governo.