
É uma cena dentro da sala de cinema: filme sobre banda cujo cantor era bissexual mostra momentos de sua vida íntima. Corta: nova cena sobre sua vida íntima. E então começa uma disputa na plateia, dentre aqueles que apenas desejam continuar a ver o filme e aqueles “cinéfilos” que querem emitir grunhidos, vaias ou sinais de descontentamento com a orientação sexual de um dos maiores cantores da história, o líder da banda Queen, Freddie Mercury.
A cena aconteceu em Goiânia, na última segunda-feira, em um cinema da capital, localizado na região de Campinas. E repete o que ocorre em todo país: demonstração clara de homofobia e interesse em cercear as liberdades individuais.
Considerado um dos filmes mais aguardados do ano, com possibilidades de Oscar, “Bohemian Rhapsody” chegou nos cinemas no último final de semana.
CAPITAL
Sinal dos tempos: goianos também vaiam filme sobre Queen e Freddie Mercury

É uma cena dentro da sala de cinema: filme sobre banda cujo cantor era bissexual mostra momentos de sua vida íntima. Corta: nova cena sobre sua vida íntima. E então começa uma disputa na plateia, dentre aqueles que apenas desejam continuar a ver o filme e aqueles “cinéfilos” que querem emitir grunhidos, vaias ou sinais de descontentamento com a orientação sexual de um dos maiores cantores da história, o líder da banda Queen, Freddie Mercury.
A cena aconteceu em Goiânia, na última segunda-feira, em um cinema da capital, localizado na região de Campinas. E repete o que ocorre em todo país: demonstração clara de homofobia e interesse em cercear as liberdades individuais.
Considerado um dos filmes mais aguardados do ano, com possibilidades de Oscar, “Bohemian Rhapsody” chegou nos cinemas no último final de semana.
VEJA O TRAILER:
Para bom entendedor, um pingo é letra: Mercury era gay, sim. Ou melhor, bissexual. O filme chega em uma momento de polêmicas no Brasil, com a eleição de um grupo conservador.
A narrativa, para um fã do Queen mais dogmático, está excessivamente concentrada em Mercury, mas fecha com o grande show da banda no “Live aid”, no Estádio Wesbley, para uma plateia de 100 mil pessoas.
A narrativa se concentra na rápida ascensão de Freddie Mercury, interpretada com brilhantismo por Rami Malek.
O filme explora seu relacionamento com uma ex-namorada, algo muito bem revelado pelo afeto e amor – prova de que tais valores estão infinitamente distantes da prática sexual, já que eles rompem a partir do momento que se descobre a opção de Mercury.
Ponto positivo da película: mostra Brian May (Gwilym Lee), John Deacon (Joseph Mazzello) e Roger Taylor (Ben Hardy) tão atuantes musicalmente quanto Mercury. Ali, naquele grupo, não tinha bobo não. Afinal, o Queen era uma banda de intelectual, astrofísico, dentista, engenheiro e, sim, um africano, bissexual com uma das vozes mais incríveis que surgiu no cenário pop rock. Sim, Mercury era um nome artístico de Farrokh Bulsara, que nasceu em Zanzibar, em 5 de setembro de 1946.