Agora são duas: divulgado ontem à noite, o Datafolha confirmou a tendência enxergada pelo Ibope de que Haddad estagnou e Bolsonaro deu largos passos à frente, se distanciando. O ex-capitão saltou de 28 para 32% em uma semana, e o petista oscilou de 22 para 21%. Ciro manteve os 11%, Alckmin foi de 10 a 9%. O segundo turno mais provável, entre o militar e o candidato de Lula, seria vencido por Bolsonaro, 44 a 42%. Bolsonaro, porém, perderia para Alckmin — 41% a 43% — assim como que para Ciro, neste caso com distância — 42% a 46%. (Folha)
A distância entre os dois candidatos se dá porque Bolsonaro está avançando em redutos tradicionalmente lulistas. Embora Haddad ainda vença entre quem ganha até um salário mínimo, a diferença diminuiu. Ele também cresceu no Nordeste, região na qual tinha mais dificuldade de entrar. (Globo)
Segundo apurou a repórter Marina Dias, os técnicos do PT já perceberam a corrosão em sua base. Em parte, atribuem a mudança à entrada de líderes evangélicos, no último fim de semana, na campanha, apoiando Bolsonaro. O foco de Haddad no debate da TV Globo, que ocorre amanhã à noite, é conversar com este eleitor mais pobre. (Folha)
Mauro Paulino e Alessandro Janoni:“Os dados divulgados pelo Datafolha confirmam a tese de que o crescimento do PT nas intenções de voto alimenta também seu antagonista, Jair Bolsonaro. A expressiva ascensão de Haddad na pesquisa de sexta, além das manifestações pró e contra sua candidatura, permitiu ao deputado capitalizar o discurso antipetista. A simpatia por sua candidatura ficou ainda mais forte no Sul, entre os mais ricos e mais escolarizados, mas também se espraiou para estratos de menor renda, para o Nordeste e inclusive no segmento feminino. Uma hipótese para o fenômeno é o grau de identificação de subconjuntos femininos com valores das que se mostraram nos últimos dias contra ou a favor do capitão reformado. Um exemplo é que homens e mulheres de famílias nucleares, isto é, casados e com filhos, tendem a votar muito mais no candidato do PSL. Já entre as mães solteiras, Haddad lidera com folga. Com tais registros simbólicos propagados pela TV, propagandas eleitorais e redes sociais, a reação do eleitorado se dá em tempo real, potencializada pelo sentimento de desalento e insegurança que caracterizam esta eleição. E para se ter uma ideia da diferença do grau de ativismo dos eleitores de cada candidato nesse tipo de rede, a taxa dos que pretendem votar em Bolsonaro e que compartilham conteúdo político pela mais rápida delas, o WhatsApp, é o dobro da verificada entre os eleitores de Fernando Haddad (40% contra 22%, respectivamente).” (Folha)
Fonte Meio Notícias