Senador Wilder diz que crise da segurança pública o aproximou de Bolsonaro

Parlamentar tem pauta em comum com deputado federal; Bolsonaro e Wilder defendem armamento regulado

O senador Wilder Morais (DEM) disse ontem para a imprensa que a segurança pública é uma das pautas mais importantes que o fez se aproximar e apoiar Jair Bolsonaro (PSL) para presidente da República.
Para Wilder, existe um paralelo dentre suas propostas apresentadas no Senado Federal e as ideias de Bolsonaro, principalmente em referência ao “Estatuto do Desarmamento” e defesa do policial em situações de conflito com criminosos. Tanto Bolsonaro quanto Wilder defendem a liberação do uso de armas para cidadãos habilitados e a oferta de defesa e garantia aos policiais que atuam em situações de confronto com bandidos.
Wilder é candidato à reeleição e conta com apoio de Bolsonaro e de seus filhos em Goiás. Na segunda-feira, em visita ao Estado, o deputado Eduardo Bolsonaro disse que “Wilder é o candidato ao Senado em Goiás do capitão Jair Bolsonaro”.
O senador goiano afirma que sua atuação na área de segurança pública é uma das mais imperativas, já que o Brasil precisa estancar a sangria da violência. Relator da Política Nacional de Segurança Pública no Senado Federal, Wilder foi o primeiro a sugerir a intervenção federal no Rio de Janeiro, a criação de um policiamento eficaz nas fronteiras e a facilitação do porte de arma – principalmente para moradores de áreas rurais sem presença de policiamento.

PROJETOS
Para Wilder é lamentável que o país chegue em um estágio tão negativo de criminalidade como o atual, em que o número de homicídios ronde a casa dos 60 mil ao ano – maior número absoluto do mundo.
Wilder declara que uma minoria da população prefere optar pelo crime, formando verdadeiras organizações criminosas que interferem sensivelmente na realidade do país. “É um tema muito importante para o Jair Bolsonaro. Muito caro a todos. Temos pontos em comum, caso do maior rigor da lei para os bandidos e uma maior efetividade das ações policiais”, defende Wilder.
Para o parlamentar, é preciso refinar a capacidade de investigação do Estado, aumentar penas para criminosos e se especializar no enfrentamento de crimes pontuais (como homicídios, o tráfico de drogas, estupros e os ‘cangaços’ contra bancos), além de ampliar a oferta de recursos públicos da União para que os estados possam investir em segurança e criar um novo modelo de educação que afaste ao máximo os jovens do Brasil das zonas de criminalidade. “Aqui entra a desburocratização. Se transferíssemos menos recursos e tributos para a União, com certeza, os estados seriam capazes de dar conta da criminalidade. Acontece que a União concentra todos os recursos, cerca de 70%. Tem que ser eficaz então. Não adianta ter ministério e não ser efetivo nessa área. Dar palpite qualquer um dá. População pede resultados”.
Wilder diz que mudar a legislação é fundamental. O parlamentar apresentou uma série de propostas legislativas que tem como missão aprimorar o sistema penal brasileiro.
Uma delas visa aumentar a pena de quem alicia adolescentes para a prática de crimes. Wilder fala em quebrar o ciclo de montagem de novos criminosos: “Devido, a pouca idade, os adolescentes apresentam reduzida capacidade de análise e reprovação. Por isso o adulto merece ser gravemente penalizado, assim como o é o crime de tráfico de entorpecentes, que tem pena no patamar de cinco a 15 quinze anos”.

INVESTIGAÇÃO
Wilder chama atenção para um dos problemas mais graves do Brasil: a impunidade. Para ele, não existe sistema que reduza a incidência de ações sem que ocorra um corte na raiz do problema. “Digo que há impunidade quando olho o estudo realizado pelo Conselho Nacional do Ministério Público – CNMP, intitulado “Diagnóstico da Investigação de Homicídios no Brasil” que apontou que a média nacional de resolução de homicídios é de apenas 5%. No Reino Unido esse índice é de 93%. Veja a diferença”, diz.
Wilder tem questionado os números e recursos aplicados em segurança pública. Para o senador, é preciso ampliar os investimentos, mas com atenção redobrada na qualidade e controle. “Vou sugerir ao Bolsonaro, caso eleito, que coloque em prática um acompanhamento transparente dos gastos em segurança pública tendo em vista efetividade, urgência e, sobretudo, eficiência. Volto a questionar: teve alguma eficiência a intervenção no Rio da forma com que foi feita?”
Wilder diz que o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2016 afirmou que “o Brasil gasta 1,5% do PIB em segurança pública, um pouco menos dos gastos da França no setor que é de 1,7% do PIB”.
Para Wilder, a questão, todavia, é outra: “A realidade da França é a mesma do Brasil? Onde devemos ser efetivos?”.
Com a alta de Bolsonaro, Wilder pretende se reunir com o deputado federal e sugerir ações para a segurança pública.

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Alan Ribeiro
Alan Ribeiro

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