
Independentemente do resultado da eleição de governador, ainda que houvesse 2º turno, contrariando todas as pesquisas de credibilidade, mais a incerteza sobre quais candidatos serão eleitos para o Senado, já é possível analisar alguns aspectos dessa eleição, como por exemplo, apontar os principais erros cometidos por Marconi Perillo, ao longo desses últimos 20 anos, sejam eles praticados por atos ou omissões.
Há quem considere também outros fatores, mas essa coluna elencou apenas três, porém, que vêm produzindo o chamado “efeito dominó”, em que quando cai a primeira peça, ela derruba todas as outras na sequência.
Pela ordem cronológica, o primeiro erro cometido por Marconi Perillo foi permitir que uma simples briguinha, havida entre ele e o radialista Jorge Kajuru há 20 anos, chegasse tão longe, com um enorme desgaste para ele, Marconi, grande sofrimento para o radialista com a sua família, principalmente com uma montanha de processos judiciais, gerados nesse período. Sem contar as dores de cabeça para ambos.
O segundo grande erro que Marconi cometeu durante essas duas décadas foi não ter se empenhado mais, no sentido de ceder ao ainda deputado federal Ronaldo Caiado, em 2014, a vaga de senador na chapa da base aliada. É claro que Vilmar Rocha se manteve firme em sua postulação da candidatura. Vilmar, no entanto, chegou a comentar na época que poderia abrir mão da candidatura, desde que recebesse pessoalmente de Marconi o pedido nesse sentido, fato que não aconteceu.
O terceiro grande erro cometido pelo ex-governador nesse período foi o de abusar da autoconfiança, ao anunciar o nome do vice-governador José Eliton, como candidato à sua sucessão, sem conversar com nenhum dos partidos aliados, passando a impressão de ser uma candidatura imposta. Embora seja considerado um advogado brilhante, do ponto de vista da experiência política era e continua sendo visto como “neófito”, por não ter disputado nenhum mandato até então.
É curioso pensar que ao longo desses 20 anos, Marconi Perillo contornou situações até mais difíceis e complexas, mas não fez o mesmo no sentido de evitar a ampliação da briga com Kajuru e nem o rompimento com o Caiado, há quatro anos. Ambos tiveram grande importância para a construção do seu projeto, principalmente na sua primeira eleição de governador em 98. Kajuru, por meio dos seus programas na Rádio K, na época, foi o veículo de comunicação que lhe abriu mais espaço para divulgar os os atos importantes da campanha. Bom orador e destemido, Ronaldo Caiado era sempre um dos últimos a discursar nos comícios, para reanimar a plateia com críticas ácidas aos adversários e a forte ênfase na defesa da eleição do ex-governador.
Em tese, pode ser até que Marconi vença a eleição de senador no próximo dia sete, porque segundo a pesquisa Ibope divulgada sexta-feira pela TV Anhanguera, ele está numericamente apenas um ponto à frente de Kajuru e de Vanderlan Cardoso, e a três de Lúcia Vânia. Mas não fossem esses três pontos elencados aqui, muito provavelmente o ex-governador não estaria passando por esse sufoco que está vivendo.
Fonte: Coluna Notícia Pura ( Divino Olavio ) – Jornal Diário Central