
Sabatinas do JA: Luciano Cabral, Lilian Lynch, Jackson Abrão e Matheus Ribeiro massacram Zé Eliton (nervoso), espremem Daniel Vilela (quase nervoso) e são dominados por Caiado (tranquilo)
As entrevistas foram muito melhores do que qualquer debate até agora, especialmente pela educada agressividade das perguntas dos quatro apresentadores. Eles levantaram temas incômodos aos três candidatos e tentaram evitar ao máximo que eles utilizassem o espaço para fazer proselitismo eleitoral vazio. Os vídeos completos estão no site do JA.
O primeiro foi Caiado. E também o que se saiu melhor. O democrata conseguiu dominar os entrevistadores, manteve absoluta tranquilidade e chegou até a fazer ironias, como ao sugerir a Luciano Cabral que pesquisasse melhor sobre o tema do trabalho escravo. Respondeu com maestria a uma pergunta sobre o foco da sua vida pública na defesa do agronegócio lembrando que é médico há 43 anos e tem sensibilidade para cuidar das pessoas. Falou pausadamente e com absoluta calma durante todo o tempo.
O segundo foi Daniel Vilela. A ele foram feitas perguntas constrangedoras, como a ligação com o presidente Michel Temer, a proposta de trazer de volta programas paternalistas como o do pão e leite, os gastos com carros e aviões por conta da sua verba indenizatória, inclusive em períodos em que estava afastado do mandato, e a forte divisão interna do seu partido, o MDB. Deu para perceber que Daniel suou, beirou um ataque de nervos, mas manteve o aplomb e passou impressão de controle e segurança, apesar da voz muito alta, cacoete que vem exibindo em suas aparições públicas.
O último foi Zé Eliton. E ele deu azar. A primeira pergunta, de Matheus Ribeiro, foi muito belicosa: Zé vive repetindo que o povo não quer retrocesso, mas é o candidato com maior rejeição, o que significaria que o eleitor vê exatamente a ele como o verdadeiro retrocesso? Pronto. Nervoso a partir daí, Zé perdeu em alguns momentos o fio da meada e acabou dando explicações confusas, falando com rapidez, não conseguindo esclarecer, por exemplo, o caso da rodovia em construção que passa pela sua fazenda. Irritado, ele questionou também a veracidade das pesquisas e disse que a sua campanha tem levantamentos mostrando que a sua situação é confortável. Foi interrompido seguidas vezes, quando desfiava o relatório das obras e programas dos últimos 20 anos. A sabatina mais se assemelhou a um massacre.
Fonte: Blog do José Luiz Bitencourt