Atentado a Bolsonaro lança Brasil na incerteza

Passava pouco das 15h, ontem, e Jair Bolsonaro era carregado nos braços de eleitores pelas ruas de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, quando recebeu a facada. Porque as veias e artérias na região da barriga costumam sangrar para dentro, enchendo a cavidade abdominal, não houve inicialmente sinal de como havia sido grave. As primeiras informações sugeriam um corte superficial. Não foi. Bolsonaro chegou por volta das 15h40 à Santa Casa da cidade. Estava em choque, perdera muito sangue, a pressão arterial foi ao chão. Ao abrir o abdome em cirurgia, o sangue era tanto que os médicos chegaram a temer que o fígado tivesse sido atingido. Não aconteceu. Mas uma veia grande foi cortada, assim como cortou na parte superior o intestino grosso, permitindo que fezes escorressem pelo espaço. É sério quando ocorre, pois amplia em muito o risco de contaminação. Foi retirado o sangue e o candidato recebeu transfusões. Limpou-se a cavidade o quanto deu e, na região do corte intestinal, Bolsonaro recebeu uma colostomia. É temporária, para permitir a cicatrização. O ex-capitão ficará entre uma semana e dez dias internado. Pelo menos. A colostomia, bolsa externa para colher fezes e gazes intestinais no período de recuperação, vai impedi-lo de fazer o tipo de campanha ativa à qual está acostumado. A eleição é no dia 7 de outubro. Falta um mês.

O atentado foi registrado em vídeo. Após a cirurgia, já acordado, Bolsonaro falou em outro vídeo.

O esfaqueador é Adélio Bispo Oliveira, de 40 anos. A polícia o prendeu imediatamente, quando a multidão iniciava um linchamento. Na delegacia, ele confessou o crime, com argumentos confusos. “O motivo do intento se deu por motivos pessoais os quais não iríamos entender”, registra o boletim de ocorrência. “Disse também em certos momentos que foi a mando de Deus.” Formado em pedagogia, Adelio trabalhava como garçom de acordo com seus advogados. Distante da família, foi filiado ao PSOL entre 2007 e 14. Em seu perfil no Facebook, questiona se Lula pode ‘mudar de atitude’ embora se engaje na campanha Lula Livre. Faz uma ligação entre o senador mineiro Aécio Neve e a Maçonaria — a Maçonaria, aliás, é uma obsessão. E se mostra simpático ao Cabo Daciolo.

Um segundo homem foi detido em conexão com o crime, mas não há detalhes ainda. (Estadão)

Vice de Bolsonaro, o general da reserva Antonio Hamilton Mourão acusou a oposição. “Não acho, tenho certeza”, afirmou à Crusoé. “O autor do atentado é do PT. Se querem usar a violência, os profissionais da violência somos nós.” Não há qualquer indício de que o esfaqueador tenha conexão com o PT.

Todos os candidatos manifestaram horror ao crime, assim como o fizeram o presidente Michel Temer, a presidente do Supremo Cármen Lúcia e a do TSE, Rosa Weber.

Fonte: Meio Clipping

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Alan Ribeiro
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