
primeiro turno – Eleição para o Senado Federal indica vitória de Marconi Perillo (PSDB) e Lucia Vânia (PSB), mas outros candidatos se aproximam dos líderes e apresentam empate através da margem de erro
Welliton Carlos
A pesquisa Diagnóstico, contratada pelo Diário da Manhã, novamente confirma o que ela mesma e o último levantamento do instituto Serpes já indicavam: segundo os números da pesquisa estimulada, as eleições em Goiás podem terminar no primeiro turno com a vitória do senador Ronaldo Caiado (DEM), que se mantém estável e desta vez registrou 39,7 % contra 9,5 % de Daniel Vilela (MDB) e 9 % de José Eliton (PSDB). Os dados foram coletados em campo entre os dias 30/6 a 4/7. A margem de erro da pesquisa é de três pontos para baixo ou para cima. O instituto realizou 1.111 entrevistas nas cidades goianas.
Os resultados confirmam a tese de que diante grandes acontecimentos, como a Copa do Mundo, a população tende a suspender o debate político, daí que a pesquisa apresentou pequenas variações apenas na disputa para o Senado e manteve os padrões da sondagem anterior da Diagnóstico.
Ainda na estimulada, Professor Wesley (Psol) registra 3,1% das intenções de voto. A petista Katia Maria aparece com 2,2 % e Edson Braz (Rede), 2,1%. Também nesta espécie de sondagem, 20,6% dos eleitores pretendem anular o voto; 13,9% não sabem em quem votar ou optaram em não falar.
Entre os dias 5 e 9 de junho, o mesmo instituto fez um levantamento em que indicava Ronaldo Caiado na liderança com 41,3%, Daniel Vilela com 8,7% e José Eliton com 8,3%. Há um mês Katia Maria marcou 4,8% e Professor Wesley teve 1,4%, ocasião em que o nome de Sara Mendes, da Rede, apareceu no lugar de Edson Braz e registrou 1,3%. No primeiro levantamento, 21,1% dos entrevistados pretendem anular o voto. Os indecisos somam 13,3% dos entrevistados.
O indicativo de votos nulos – que se manteve tanto na primeira quanto segunda pesquisa da Diagnóstico em mesmo patamar – é um alerta, já que mantém uma constante que se repete em outras pesquisas no país e atestada recentemente nas eleições do Tocantins, que teve 19,19% dos votos anulados e abstenções de 30,14%.
FOLGA
Apesar dos votos nulos, com os dados coletados na última semana, há menos de três meses da disputa, Caiado lidera com folga e avança para uma das vitórias mais tranquilas da recente história política em Goiás. Sua soma de votos atenderia hoje ao que diz a Constituição Federal nos artigos 28 e 29, II, e 77, que indicam ser necessário que o candidato tenha mais da metade dos votos válidos (excluídos os votos em branco e os votos nulos). Na sondagem, Caiado teve 441 votos ao passo que Daniel, Eliton, Weslei, Katia e Edson computam juntos apenas 287.
Na contagem geral, de 1.111 votos sem os nulos, restam 882 votos, desconsiderando a massa dos votos não anunciados. Dentro da margem da pesquisa, e conforme a legislação, Caiado bate o limite para que seja possível uma vitória ainda no primeiro turno.
Na pesquisa espontânea, o candidato democrata registrou 18,4%; 4,6% dos votos vão para Eliton e 2,5% para Daniel. Dos entrevistados, 56,8% não sabem em quem votar ou preferem não informar – 13,3% pretendem anular seus votos. Marconi Perillo (1,8%), Iris Rezende (0,9%), Maguito Vilela (0,6%), Professor Wesley (0,4%), Antônio Gomide e Kátia Maria (ambos com 0,3%) e Vanderlan Cardoso (0,2%) também foram lembrados.
Marconi e Lúcia vencem para o Senado
Se as eleições fossem hoje, da mesma forma, os senadores eleitos seriam Marconi Perillo (PSDB) e Lúcia Vânia (PSB), respectivamente com 25,7% e 22,7%. Mas enquanto a eleição ao governo já estaria definida, a disputa ao Senado se pareceria com as emocionantes partidas da Copa do Mundo que avançam para prorrogação e pênaltis.
Perillo e Lúcia teriam dois grupos se aproximando deles – um praticamente colado aos dois líderes e um mais distante, com bom desenho e em franca ascensão.
Jorge Kajuru (PRP) está empatado tecnicamente tanto com Marconi quanto com Lúcia ao marcar 21,3% das intenções de voto. Também empatado dentro da margem de erro aparece o ex-deputado federal Vilmar Rocha (PSD) com 20,3%, que, pela primeira vez, mostra um salto considerável em seu desempenho.
Na sequência, Demóstenes Torres (11,5%) e Wilder Morais (9,4%) aparecem empatados conforme a margem de erro. O pré-candidato petista Luis César Bueno registra 5,4% e Agenor Mariano (MDB) surge no mesmo nível, com 5,2%. O também emedebista Pedro Chaves aparece com 4,8%, seguido por Fabrício Rosa, do Psol, registra 3,2%.
Os votos brancos somariam 7% enquanto os indecisos ou aqueles que preferem não opinar registrariam 4,1%. O resultado para o Senado deixa claro que o cenário está completamente aberto, tendo em vista a possível desistência de alguns dos pretendentes ou mesmo a mudança das intenções de voto, já que diante das urnas o eleitor poderá escolher dois candidatos.
A avaliação espontânea, em que os eleitores não têm uma lista de candidatos, apresenta grande quantidade de pessoas que ainda não sabe em quem votar (61,9%).
Em comparação ao estudo anterior, realizado há um mês, o ex-governador retomou o primeiro lugar. Antes Perillo aparecia na terceira colocação, com 24,9%. Kajuru, por sua vez, caiu para a terceira colocação, já que em junho ele registrou 26,5%. Vilmar Rocha e Wilder Morais foram os que mais cresceram na sondagem em comparação ao levantamento anterior. Vilmar pulou de 13,5% para o patamar atual (20,3%) e Wilder deu um salto de 6,3% para 9,4%. Demóstenes caiu levemente: registrou 12,9% em junho, sendo que agora tem 11,5%. Pedro Chaves, por sua vez, na última avaliação, apresentou 6%; já Agenor Mariano foi lembrado por 4,2% dos consultados.
ESPONTÂNEA
Em outra modalidade de pesquisa, espontânea, Marconi lidera com 9,1%, seguido de Jorge Kajuru com 6,4% e Lúcia Vânia com 5,5%. Demóstenes Torres marca 3.2% enquanto Vilmar e Wilder empatam com 1,2%. Antônio Gomide tem 1% das intenções. Vanderlan aparece com 0,7% e Pedro Chaves com 0,5%. Agenor Mariano e Maguito Vilela são lembrados por 0,4% dos entrevistados. Luis Cesar Bueno, Professor Pantaleão e Fabrício Rosa, ambos do Psol, apresentam <0,1%.
Daniel Vilela lidera rejeição ao governo com 32,8%
O instituto Diagnóstico questionou os 1.111 eleitores em quem eles não votariam de jeito nenhum. Daniel Vilela (MDB), que antes apareceu com 42,7%, agora registra uma rejeição menor de 32,8%. Em seguida, José Eliton (29,9%) e Katia Maria (25,3%) indicam as maiores rejeições.
Sarah Mendes apresentava em junho a menor rejeição, com 15,1%. No atual levantamento, todavia, professor Wesley Garcia registrou a menor rejeição dos entrevistados, com 16,1%.
Nesta sondagem, Ronaldo Caiado tem 23,3% e Edson Braz, que aparece no lugar de Sarah, marca 20,5%.
Sob o ponto de vista teórico, quanto maior a rejeição mais difícil é o crescimento da candidatura através da conquista de novos eleitores.
A máxima vale inversamente para os candidatos com menores taxas de rejeição, já que os eleitores não apresentam barreiras para o convencimento.
Agenor, Marconi e Vilmar são os mais rejeitados para o Senado
A sondagem do Diagnóstico/DM perguntou: “Se as eleições para senador fossem hoje e esses fossem os candidatos, em quem você não votaria, de jeito nenhum?”.
Agenor Mariano (MDB) lidera a rejeição com 39,2%, seguido de Vilmar Rocha (PSD) com 37,6%. Marconi Perillo é o terceiro mais rejeitado: o ex-governador aparece com 36,1%. Demóstenes Torres (PTB) aparece na lista com 31,6%, tendo na sequência Luis César Bueno com 28,4%.
O radialista e vereador Jorge Kajuru tem rejeição de 24,8% enquanto Lúcia Vânia marca 18,7%. No grupo daqueles com menores taxas de rejeição aparece Wilder Morais (15,5%) e Pedro Chaves (15,1%). Fabrício Rosa é o menos rejeitado, com 14,2%.
Pesquisa indica crescimento de Vilmar Rocha e Wilder
A pesquisa Diagnóstico indica crescimento das candidaturas ao Senado Federal de Vilmar Rocha e Wilder Morais. Vilmar apresentava 13,5% no último levantamento, mas apresentou crescimento para 20,3%.
As movimentações do pré-candidato podem ser os motivos para seu crescimento, já que Vilmar abandonou a secretaria que ocupava no governo e passou a se dedicar a dar entrevistas, manter contato direto com a imprensa e a valorizar as visitas aos municípios.
Por sua vez, o crescimento de Wilder Morais está relacionado ao trabalho em conjunto com o senador Ronaldo Caiado e realização de encontros com lideranças, tanto em Goiânia quanto no interior. Wilder deu um salto de 6,3% para 9,4% em menos de 30 dias. Aliado ao fato de ser um dos postulantes com menor taxa de rejeição, ele bate na tecla de que é ficha limpa e que seu diferencial é trazer recursos para os municípios.
Marconi Perillo apresentou variação positiva, de 24,9% para 25,7% no último mês, e desbancou Jorge Kajuru e Lúcia Vânia. Seria virtualmente eleito ao Senado Federal. Seu retorno às articulações e maior participação de eventos do governo, além do resgate de se trabalho como gestor por quatro mandatos, podem ter melhorado seu desempenho e o colocado novamente à frente.
KAJURU
Por sua vez, na medida em que é candidato de oposição, Kajuru teria oscilado já que apareceu na mídia mais de uma vez elogiando ou ao lado de figuras governistas como José Eliton e o próprio Marconi Perillo. Ainda sim manteve um bom índice eleitoral, inclusive, empatado tecnicamente com os dois primeiros.
O instituto Diagnóstico avaliou os pretendentes antes da imprensa de circulação nacional e regional noticiar que a Procuradoria Geral da República (PGR) pediu a quebra de sigilo do ex-governador Marconi Perillo, em processo referente à Lava Jato. Eventuais efeitos desta investigação ou mesmo dos conteúdos apurados – caso venham à tona – só terão efeitos em pesquisas futuras da Diagnóstico.
Maioria dos entrevistados é da Grande Goiânia e Entorno do DF
A pesquisa realizada pelo Diagnóstico entrevistou mais pessoas da Grande Goiânia (33,6%), com a sondagem de 373 pessoas. Depois, o Entorno do Distrito Federal (14,4%), com 160 pessoas consultadas.
O centro de Goiás (17,9%) aparece como a terceira região com mais entrevistados, com 199 pessoas.
Na sequência, surge Sudoeste (10,4%), Oeste goiano (6,5%), Sul (7,2%), Norte (5,3%) e Sudeste (4,7%).
Escolaridade
A metade dos entrevistados disse que completou o ensino médio. Do fundamental, 23,4% foram consultados pelo Diagnóstico. Em seguida, 15% de entrevistados com ensino superior foram contabilizados na pesquisa. Por fim, 11,5% integram o universo educacional primário.
Quanto ao nível econômico, a maioria dos ouvidos pelos pesquisadores do Diagnóstico – 57,8% – recebe até três salários mínimos. Na sequência, no grupo de três a seis salários, foram ouvidos 25,4%. De seis a dez salários mínimos foram ouvidos 9,7%. Acima de dez, apenas 1,3%. Durante o levantamento, 5,9% se recusaram a informar quanto ganham.
Lula mantém e Bolsonaro sobe em novo levantamento
Em relação aos presidenciáveis, a pesquisa Diagnóstico mostra que na sondagem estimulada com os goianos Lula (PT) lidera com 28,5%. O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) aparece na segunda colocação com 22,3% das intenções de voto, tendo Marina Silva (Rede) com 7,4% das intenções de voto. Em seguida aparecem empatados Ciro Gomes (PDT) e o goiano Henrique Meirelles (MDB) com 3,3% das intenções.
Ato contínuo, surgem as candidaturas de Geraldo Alckmin (2,2%), Álvaro Dias (1,4%), Fernando Collor (0,8%), João Amoêdo (0,8%), Guilherme Boulos (0,5%), Rodrigo Maia (0,5%), Flávio Rocha (0,3%), Manuela D’ávila (0,3%), Josué Gomes (<0,1%). Dos entrevistados, 20,6% estão dispostos a anular o voto e 7,7% não sabem em quem votar. Mais uma vez a taxa de 20% de interesse em anular a disputa aparece na pesquisa.
Em comparação ao último mês, o petista apresentou pequena variação (28,7%) e Bolsonaro cresceu (24,8%). Marina também cresceu (5,9%) e Meirelles caiu (3,6%). Alckmin também apresentou variação para baixo – na pesquisa anterior ele registrou 2,7% das intenções de voto.
ESPONTÂNEA
Na análise espontânea, Lula aparece com 16,6%, Jair Bolsonaro marca 15% e Marina tem 1,8%. Na sequência, Ciro Gomes (1,4%), Geraldo Alckmin (1,1%), Henrique Meirelles (0,7%), Álvaro Dias (0,5%), Aécio Neves (<0,1%), Dilma (<0,1%), Fernando Collor (<0,1%), Guilherme Boulos (<0,1%), João Amoêdo (<0,1%), Josué Gomes (<0,1%), Luis Datena (<0,1%), Rodrigo Maia (<0,1%). Nesta modalidade de pesquisa, 42,9% não sabem em quem votar. Já os brancos e nulos somam 19,3%.
Estes dois últimos dados indicam que os votos nulos devem chegar mesmo na casa dos 20%, já que os valores se repetem tanto na estimulada quanto na espontânea. Já os votos indecisos reduzem bastante quando o eleitor tem direito a escolher um nome em lista.
Lula lidera rejeição dentre presidenciáveis
Lula reduz a rejeição ao seu nome para 41,1% – antes era de 55,6%. Em seguida aparece Álvaro Dias com 38% e Bolsonaro, com 34,3% – este último aumentou sua rejeição, já que em junho ele apareceu com 28,5%.
Marina Silva também aumentou sua rejeição, de 19,6% para 31,5%. Por sua vez, o tucano Geraldo Alckmin apresenta 31,4% de rejeição. Já Meirelles apresentou a menor rejeição, com 14,1%.
Dos entrevistados, 3,2% afirmam que não rejeitam nenhum dos postulantes e 1,8% prefere não opinar. João Amoêdo (30,6%), Fernando Collor (29,8%), Ciro Gomes (26,9%), Flávio Rocha (20, 9%), Rodrigo Maia (19,1%), Manuela (17,25%), Guilherme Boulos (15,8%) e Josué Gomes (14,3%) aparecem no grupo dos menos rejeitados.
Fonte: Jornal Diário da Manhã