
Preocupação com privacidade dos dados e repúdio a “fake news” são as principais motivações, aponta pesquisa.
Está crescendo a desconfiança das pessoas com as redes sociais, e muitos dos usuários estão deletando seus perfis das plataformas. É o que diz uma pesquisa internacional da Edelman, consultoria e agência de relações públicas. Conforme reporta a CNBC, o relatório da empresa aponta que 40% das pessoas entrevistadas deletaram sua conta em pelo menos uma rede social nos últimos 12 meses.
A principal razão para isso seria a preocupação com a privacidade, especialmente depois do escândalo de vazamento de dados do Facebook para a Cambridge Analytica. Outra razão, aponta a autora do estudo, é a circulação cada vez maior de notícias falsas nas redes.
A Edelman entrevistou 9 mil pessoas em nove países: Alemanha, Brasil, Canadá, China, Emirados Árabes, Estados Unidos, França, Índia e Reino Unido, e mostrou os resultados durante o Festival Internacional de Criatividade, em Cannes, na França. O CEO da empresa, Richard Edelman, apontou na apresentação da pesquisa que a desconfiança em relação às redes é generalizada. “Entendemos que há uma quebra de confiança nas redes sociais em todas as regiões do mundo. É algo que vem de seus corações, as pessoas estão assustadas”, comentou.
Em outros destaques do levantamento, 62% dos consumidores se disseram a favor demaior regulamentação sobre a atuação das redes sociais, e 70% concordaram com a afirmação de que as empresas e anunciantes que atuam nesses meios devem pressionaras plataformas para combater “fake news” e comentários ofensivos.
Segundo Edelman, há uma necessidade urgente de que as empresas sejam mais honestas em informar como usam os dados dos usuários nas redes sociais. Ele citou ainda a preocupação das pessoas com temas como o racismo e a sustentabilidade do planeta. “Os consumidores acreditam que as marcas podem fazer mais do que os governos para resolver esses problemas”, afirmou durante o festival.
Em outro estudo anterior, a Edelman já tinha verificado a falta de confiança das pessoas nas redes sociais. No seu Barômetro de Confiança, publicado em janeiro durante o Fórum Econômico Mundial, apenas 41% do público afirmou confiar nas plataformas. O número representou uma queda brusca do índice nos países ocidentais.