José Nelto: Daniel Vilela é subproduto do Temer

Deputado diz que Ronaldo Caiado é quem representa a expectativa por um governo sério.

Renovação de práticas políti­cas, de ideias e de propostas. Esta é a expectativa dos goianos para as eleições deste ano na opinião do deputado estadual José Nel­to (Podemos). Refutando a ideia de que renovação signifique ape­nas juventude, o parlamentar en­xerga em Ronaldo Caiado o per­fil buscado pela população que rejeita, mais do que nunca, no­mes que estejam envolvidos em escândalos. “O novo não é um rosto bonito envolvido em es­cândalos. Daniel Vilela é subpro­duto de Michel Temer”, criticou.

Nesta entrevista ao Diário da Manhã, José Nelto explica por­que Ronaldo Caiado tem sido apontado pelos eleitores como o nome capaz de modificar o atual modelo de gestão–marcado pelo inchaço na máquina pública e pelo mau uso do dinheiro públi­co–e Daniel Vilela, pré-candida­to pelo MDB, não é visto como tal. “Maguito Vilela deixou mui­to claro que quer o MDB unido ao PSDB nestas eleições. E a po­pulação rejeita tudo que envol­ve o atual governo”, assegurou.

Muitos falam que este ano as eleições serão marcadas pela renovação, dado o cansaço dos eleitores com os escândalos na política. O senhor concorda?

– Sim, este ano com certeza será da renovação. Mas não a renova­ção de um rosto jovem e bonito. Trata-se de renovação de ideias e de práticas políticas. O povo não quer um novo de aparência que es­teja envolvido em maracutaias, em escândalo de caixa 2 e em investi­gações da operação Lava Jato. O que o cidadão quer é alguém com novas ideias e sem qualquer com­promisso com velhas práticas po­líticas. Quer alguém que tenha as mãos limpas e que, mesmo estan­do há 20 anos na política, nunca se envolveu em escândalos. Hoje, em Goiás, o nome com este perfil é de Ronaldo Caiado. Tivemos em 1989 um rosto bonito que se apre­sentava como o novo, que era o do ex-presidente Fernando Collor. E vimos no que deu. Não podemos repetir o mesmo erro e eleger um novo bonito de pensamento arcaico.

Em Goiás já são 20 anos de um mesmo grupo político no poder. Isso terá ainda mais peso na escolha do eleitor?

– Pode ter certeza que sim. O povo rejeita todo político envol­vido na operação Lava Jato, todo político que não está sintoniza­do com as ideias de combate à corrupção. Quem, no Congresso Nacional, foi contra as 10 medi­das contra a corrupção, propos­ta pelo Ministério Público Federal com base no que foi denunciado pela Lava Jato através do juiz Sér­gio Moro, quer que a corrupção continue. E a corrupção é a erva mais danosa nesta Nação. É por isso que hoje os goianos já têm na mente um nome que pode mudar o Estado, que comprovadamente não tem compromisso com a cor­rupção, com as mordomias e os­tentação. Durante toda a sua tra­jetória política Ronaldo Caiado nunca esteve envolvido em escân­dalos. Por isso ele é a esperança do povo goiano. Todos querem mu­dança, mas essa transição preci­sa ser feita com total segurança.

Alguns defendem que Daniel Vilela, por ser o mais jovem dentre os pré-candidatos, teria o perfil de renovação. O senhor concorda?

– Daniel Vilela não se enqua­dra nesse perfil. Quem votou con­tra as 10 medidas contra a corrup­ção, quem tem o nome envolvido na Lava Jato ou que usa práticas atrasadas de coronelismo não se enquadra. Digo isso porque um candidato para disputar o gover­no de Estado precisa de antes un­gido pela oposição. Ele não pode ser candidato dele mesmo. Quan­do abre-se a dissidência dentro de uma sigla é porque não houve diá­logo, é porque o dirigente não está ciscando para dentro. Quem cis­ca para fora faz papel de galinha e perde seus apoiadores. Ele não tem planos de construir um proje­to avançado, que coloque fim real­mente a este período nefasto de 20 anos do atual governo no poder.

Na sua percepção, hoje o MDB pende para Daniel Vilela ou Ronaldo Caiado?

– Posso assegurar que hoje 80% da base do MDB em Goiás está com Ronaldo Caiado, e o restante que não está ainda vai aderir. Isso por­que ele representa a vontade verda­deira do MDB do interior de derro­tar Marconi Perillo, que tem sido um algoz do MDB e dos goianos. Sabemos que Daniel Vilela e Ma­guito Vilela têm uma aliança ex­plícita com o grupo de Marconi Pe­rillo. Mas soube que há um grupo do MDB se articulando para apre­sentar, durante a convenção par­tidária, a proposta de aliança do MDB com o Democratas de Ronal­do Caiado.

José Eliton, embora seja o candidato do atual governo, também tenta se apresentar como renovação, usando o mote “novo tempo novo”. Como o senhor avalia?

– José Eliton não engana a po­pulação. Ele é o candidato dos ve­lhacos, da prática mais nefasta da política, que é justamente daque­la que usa dinheiro público para levar uma rodovia para dentro de sua propriedade (a imprensa nacional noticiou que o governo de Goiás pavimentou um trecho de uma estrada, ao custo de R$ 65 milhões, que corta uma fazenda de propriedade do atual go­vernador). Isso é improbi­dade administrativa. Em qualquer outro país ele se­ria cassado e preso. José Eli­ton representa o que há de pior na política, que é a compra de lideranças políticas para apoia­rem o seu projeto. E faz pior: usa a população mais sofrida, que de­pende de benefícios, para encher um gi­násio para ouvir os seus discursos. Trata o povo como gado. É isso que a população rejeita.

Como o senhor avalia as pré-candidaturas colocadas até o momento? Quem parece estar em melhores condições para a disputa?

– Os goianos pratica­mente já definiram que a mudança verdadei­ra e com segurança é Ronaldo Caiado. Todas as outras duaspré-candi­daturas têm os dedos, as mãos e a mente de Marconi Pe­rillo. Uma tem exatamente o DNA dele, que é a de José Eli­ton. A outra é a deDanielVilela, porquesegundo disse o próprio Maguito Vilela há chance de o MDB e o PSDB esta­rem unidos na disputa deste ano. Mas a verdadeira candidatura de oposição vai contra tudo o que re­presenta o atual governo. Quere­mos dar uma surra eleitoral em José Eliton e Marconi Perillo para ficar na história. Marconi Perillo não merece ser senador porque está envolvido com o crime orga­nizado e na operação Lava Jato, como a própria imprensa nacio­nal já denunciou.

 

O povo rejeita todo político envolvido na operação Lava Jato, todo político que não está sintonizado com as ideias de combate à corrupção”
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Alan Ribeiro
Alan Ribeiro

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