
Caminhoneiros seguem protestando em ao menos 25 estados e no Distrito Federal, mesmo após decisão do presidente Michel Temer de reduzir o diesel por 60 dias e atender outras reivindicações da categoria.
Entre as medidas anunciadas por Temer, além da redução temporária de R$ 0,46 no preço do litro do diesel, também está a isenção de pagamento de pedágio para eixos suspensos de caminhões vazios. “Panelaços” foram ouvidos durante a fala do presidente na noite de domingo.
Entidades que representam caminhoneiros aprovaram as medidas, mas disseram que precisam de tempo para desmobilizar os motoristas parados nas estradas. A Petrobras reduziu o preço da gasolina em 2,8%nesta segunda-feira.
Muitos serviços essenciais continuam restritos por causa da greve; veja a seguir:
Transporte
Capitais com transporte público afetado nesta segunda-feira:
- Aracaju: frota 30% menor
- Belo Horizonte: redução de 50% fora do horário de pico
- Goiânia: frota 15% menor
- Cuiabá: frota 50% menor
- Campo Grande: frota 15% menor
- Florianópolis: operação com horários de sábado
- João Pessoa: frota 30% menor
- Natal: frota reduzida
- Palmas: frota 5% menor
- Porto Alegre: frota reduzida fora do horário de pico
- Recife: demora nos pontos
- Rio de Janeiro: frota 60% menor (BRT 65%)
- Salvador: frota 40% menor
- São Luís: frota 30% menor
- São Paulo: frota 30% menor (rodízio suspenso)
Os caminhoneiros autônomos seguem bloqueando os acessos ao Porto de Santos, no litoral de São Paulo.
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Pessoas aguardam por ônibus na Avenida Paulista, em São Paulo, na manhã desta segunda-feira (28). Devido à greve dos caminhoneiros, a frota no transporte público segue com capacidade reduzida (Foto: Bruno Rocha/Fotoarena/Estadão Conteúdo)
Aeroportos
Na manhã da segunda-feira, ainda estavam sem combustível 8 dos 54 aeroportos administrados pela Infraero. Veja quais são
- São José dos Campos (SP)
- Uberlândia (MG)
- Ilhéus (BA)
- Campina Grande (PB)
- Juazeiro do Norte (CE)
- Aracaju (SE)
- João Pessoa (PB)
- Teresina (PI)
Combustível
O reabastecimento dos postos ainda não foi normalizado. Em diversas cidades pelo país, há filas nas poucas bombas que ainda possuem combustível. Mesmo onde a mobilização foi encerrada, a oferta nos postos deve levar cerca de uma semana para ser normalizada, como em Alagoas.
- No Ceará, o abastecimento nos postos de Fortaleza foi normalizadonesta segunda-feira.
- No Espírito Santo, cerca de 80 postos receberam combustível e o domingo foi de fila para motoristas que quiseram garantir o abastecimento para a semana.
- Cerca de 70% dos postos de Goiás estão sem combustível. Na capital, 90% dos postos estão sem etanol e 35% está sem etanol e gasolina.
- No Maranhão, 30 de 250 postos conseguiram abastecimento no domingo.
- No Mato Grosso do Sul, cerca de 80% dos postos de Campo Grande foram abastecidos.
- Abastecimento está normalizando na capital do Pará, após o fim da interdição no porto de Miramar.
- Na Paraíba, a situação está mais complicada em Campina Grande, onde não havia posto com combustível na manhã desta segunda-feira. Em João Pessoa, as filas estão grandes.
- Em Pernambuco o governo informou que 30 caminhões saíram do Porto de Suape com escolta para reabastecer os postos.
- Com 90% dos postos sem nada na capital do Piauí, a prefeitura de Teresina decretou situação de emergência.
- Na capital do Rio Grande do Sul, pouco mais de 30 de 280 postos possuem combustível.
- No Distrito Federal, a Polícia Militar escoltou 47 caminhões-tanquena manhã desta segunda-feira.
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Motoristas fazem fila em posto de gasolina na Marginal Tietê, na Zona Norte de SP (Foto: Felipe Rau/Estadão Conteúdo)
Educação
Em ao menos 13 estados não há aula nas universidades federais: Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins. Não haverá aula na rede estadual de ensino em diversos estados e também no Distrito Federal.
- São Paulo: USP, Unesp, Unicamp e Unesp suspenderam aulas; Etecs e Fatecs delegaram a cada unidade avaliar se as atividades são mantidas ou não. Veja a situação na região de Piracicaba e na Baixada Santista.
- Paraná: cada setor da UFPR decide se vai parar. Na Universidade Tecnológica Federal todas as aulas estão suspensas, assim como nas unidades da PUC-PR em Curitiba, Londrina, Maringá e Toledo. Veja as demais instituições do estado.
- Maranhão: Ufma, Uema, Ceuma, UNDB, Estácio e Pitágorassuspenderam as aulas.
- Salvador: universidades estaduais e federais cancelaram as aulas, assim como escolas da capital e região metropolitana.
- Goiás: aulas na rede estadual estão mantidas, mas professores da UFG vão “flexibilizar” o registro das faltas e vão evitar atividades para nota.
- Distrito Federal: na rede pública, apenas creches funcionam. No ensino superior, Universidade Católica, Iesb, UDF e Anhanguera suspenderam as aulas. UnB e UniCeub funcionam normalmente.
- Mato Grosso: UFMT está completamente parada, as aulas da rede estadual foram suspensas e outras instituições declararam ponto facultativo.
- Minas Gerais: UFMG, faculdades particulares, escolas públicas e privadas não têm aulas.
- Pará: aulas na Ufra suspensas em Belém, Capanema, Capitão Poço, Paragominas, Parauapebas e Tomé-Açu.
- Paraíba: algumas faculdades determinaram ponto facultativo, outras suspenderam as aulas. Veja quais escolas estão afetadas.
- Pernambuco: expediente na UFPE, IFPE, UPE e UFRPE seguem cancelados, assim como em algumas universidade particulares. Aulas na rede estadual estão mantidas.
- Rio de Janeiro: as 5 maiores universidades públicas estão com aulas suspensas. Estácio de Sá, Cândido Mendes, ESPM, IBMR e Veiga de Almeida também não abrem as portas. Rede municipal não opera, mas escolas estaduais abrem normalmente.
Alimentos
Assim como os combustíveis, os mercados e feiras também devem levar algum tempo para retomar a oferta normal de alimentos nos lugares em que o tráfego já foi liberado.
O abastecimento de carne de aves e suínos pode demorar até dois meses para se normalizar depois que for encerrada a greve, segundo os produtores. Nos lugares onde ainda há itens frescos, o preço aumentou.
- Rio de Janeiro: em vez de deixar vazio o setor de frutas e hortaliças, um mercado em Niterói ocupou as prateleiras com café e torradas.
- Espírito Santo: caminhões com alimentos voltaram a entrar nas centrais de abastecimento.
- Goiás: abastecimento no Ceasa está comprometido em 30%.
- Mato Grosso do Sul: a Ceasa-MS recebeu 40 caminhões, mas ainda tem preços elevados.
- Pará: central recebeu na madrugada coentro, quiabo, couve, caruru, chicória, vagem, mamão, abacaxi, laranja, ovo, cebolinha, jambu, pimenta de cheiro.
- Paraíba: situação crítica na capital e interior. Preço da batata já aumentou cerca de 200%.
- Pernambuco: dos 540 caminhões previstos para abastecer o Ceasa/PE, chegaram 185 até as 6h30 desta segunda-feira.
- Rio de Janeiro: nenhum caminhão chegou na Ceasa até às 7h.
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Prateleiras de frutas e hortaliças dão lugar à café e torrada no Hortifruti de Icaraí, em Niterói (Foto: Matheus Rodrigues/G1)
Saúde
Uma carta assinada por 106 hospitais privados em todo o paísinformou não ser mais possível garantir o cuidado a pacientes a partir desta segunda-feira (28) se a paralisação continuar.
As entidades citam dificuldade de acesso para médicos e funcionários, além de falta de alimentos, ambulâncias paradas, problemas no recolhimento de lixo.
Os hospitais e unidades de saúde públicos já sofrem com falta de combustível e materiais, o que causa cancelamento de cirurgias agendadas e outros atendimentos:
- São Paulo: cirurgias eletivas nos hospitais municipais estão adiadas, para guardar insumos para os atendimentos de urgência e emergência. Também está suspensa a remoção de pacientes para exames eletivos e de rotina nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).
- Goiás: ambulâncias do Samu e hospitais têm condições de operar até sábado (2), mas algumas cirurgias eletivas foram suspensas no interior do estado por falta de insumos.
- Distrito Federal: suspendeu atendimento primário nas UBS, ambulatórios de especialidade e cirurgias programadas. Os servidores dessas áreas vão reforçar urgências e emergências.
- Minas Gerais: cirurgias agendadas foram suspensas e ambulâncias circulam com restrição.
- Rio de Janeiro: cirurgias eletivas estão suspensas na rede estadual, estoque de sangue está baixo no Hemorio com falta de doadores.
Outros serviços
- Correios: cerca de 85% das correspondências não foram entregues no Espírito Santo.
- Gás de cozinha: em Goiás, 95% das distribuidoras registram a falta do produto, que já chega a R$ 100. Na Paraíba, o preço do botijão bateu R$ 130. Em Pernambuco, o exército está escoltando caminhões com gás. No Distrito Federal, a situação só deve normalizar no fim de semana.
- Coleta de lixo: algumas regiões de Belo Horizonte não terão coletanesta segunda.
Alan Ribeiro
Alan inicia seus trabalhos com o único objetivo, trazer a todos informação de qualidade, com opinião de pessoas da mais alta competência em suas áreas de atuação.