Indignação tem que ser para todos

Claro que o assassinato da Vereadora do Rio de Janeiro foi terrível. Mas não foi mais terrível do que qualquer um dos outros 70.000 brasileiros que foram igualmente assassinados no Brasil no ano passado e de outros tantos que serão este ano. Definitivamente não gosto de indignação seletiva. “Ah, ela era uma pessoa significativa na sociedade! A morte dela é simbólica!” E a criança vítima de uma bala perdida? E o dono do carro que é assaltado e morto? Todos são pessoas significativas e todas as mortes são simbólicas da falta do braço do Estado. Todas, sem exceção esfregam na nossa cara a baderna institucional em que vivemos.

E sim, eu sei que os negros, as mulheres e os homoafetivos são discriminados e falo contra isto todos os dias. Vou apontar e me opor enquanto estiver viva. Mas daí a achar que a vida de uma mulher, por ser mulher, uma negra, por ser negra, uma homo, por ser homo, vale mais que a vida de um homem branco e hetero, é ter o mesmo preconceito, é discriminar às avessas, ou seja, a mesma nojeira.

Maria Thereza Alencastro, advogada.

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Alan Ribeiro
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