Aquele que se empenha para ser uma pessoa boa costuma receber a maldade como resposta aos seus atos generosos. E o perigo está em desistir dos propósitos altruístas, pela falta de reciprocidade. É importante recordar que, se há tanta violência por aí, com certeza os indivíduos interessados na prática do amor vão sofrer injustiças, já que andam no meio de outros que buscam o contrário.
Mas, não foi justamente por considerar o desrespeito algo ruim, que se escolheu seguir o caminho da doçura? Que sentido teria, então, juntar-se ao grupo que provoca a decadência humana, se a existência dele torna necessária a realização de um trabalho que compense seus prejuízos? Deixar de ser bom, por ter sido vítima dos que não souberam merecer o presente que lhes foi ofertado, significaria renunciar a própria virtude para imitar o erro alheio. Não seria uma contradição condenar determinado comportamento e, ao mesmo tempo, reproduzi-lo?
Ser bom é sentir o encanto da vida, enriquecer-se com a luz e a alegria que emanam de uma alma pura. Quem não usufrui dessas emoções está perdendo. E quem usufrui é privilegiado. Proteger-se daqueles que não são dignos de confiança é fundamental. Porém, não impede que se continue espalhando gentileza pelo mundo.
