
Estatal passou a divulgar preços cobrados nas refinarias e informou que fica com cerca de 28% do preço total cobrado dos consumidores nas bombas.
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Preço final da gasolina inclui além da fatia da Petrobras, custos de distribuição, da adição de etanol, impostos e margens de revenda (Foto: Reuters)
Em comunicado, a Petrobras afirma que os reajustes feitos pela companhia desde o final de 2016 no preço da gasolina nas refinarias foram responsáveis por apenas por cerca de 1/6 (o equivalente a 17%) do aumento médio verificado nos postos, indicando que não é a maior responsável pela alta sentida pelos consumidores.
“Segundo os dados da ANP, o preço médio da gasolina em outubro de 2016 – quando foi adotada a nova política de preços da Petrobras – era de R$ 3,69 por litro. Em fevereiro de 2018, havia subido para R$ 4,23 o litro. Houve, portanto, uma variação de 54 centavos. Neste total, os ajustes feitos pela Petrobras respondem por 9 centavos, ou seja, um sexto do ajuste total”, afirmou a estatal.
Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio da gasolina nos postos ficou em R$ 4,212 na semana encerrada no dia 10, registrando a primeira queda em 14 semanas. No acumulado de 2018, o preço médio da gasolina nas bombas acumula alta de 2,75%, após ter subido 9,16% em.2017.
Desde outubro de 2016, a Petrobras vem praticando uma política de preços que segue a lógica do mercado internacional de combustíveis. Em julho do ano passado, a empresa começou a reajustar os valores quase que diariamente, em busca de maior agilidade na variação dos valores, de forma a também competir de maneira mais eficiente com importadores.
Como é formado o preço pago na bomba?
Os postos de gasolina repassam ao consumidor os custos de toda a cadeia do combustível. O preço final é composto basicamente por 4 parcelas: realização do produtor ou importador, custo do etanol anidro, tributos (ICMS, PIS/PAsep e Cofins, e CIDE), e margens de distribuição e revenda.
Tudo começa com o preço pelo qual a gasolina chega aos distribuidores vindo das refinarias – sejam da Petrobras ou privadas. Além da gasolina pura comprada, as distribuidoras também compram de usinas produtoras o etanol anidro, que é misturado à gasolina que será vendida ao consumidor, em proporção determinada por legislação (atualmente no percentual de 27% por litro). As distribuidoras, então, vendem a gasolina aos postos, que estabelecem o preço por litro que será cobrado do consumidor.
Segundo a Petrobras, no período entre 4 e 10 de fevereiro, o preço da gasolina comum para os consumidores foi formado pela seguinte proporção: 28% realização da Petrobras, incluindo custos e lucro, 29% impostos estaduais (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS), 16% impostos da União (Cide, PIS/Pasep e Cofins), 13% do etanol adicionado à gasolina e 14% se refere à distribuição e revenda.
A fatia de realização da Petrobras, entretanto, tem variado, segundo os relatórios divulgados pela companhia. No final do ano passado, ficou em cerca de 29%. Em 2016, chegou a 31%.
No caso do diesel, a Petrobras fica com cerca de 49% do total que os consumidores pagam por litro nas bombas, considerando os preços médios da semana encerrada no dia 10. Do restante, 15% refere-se à fatia de distribuição e revenda, 16% ICMS, 14% Cide, PIS/Pasep e Cofins e 6% custo do biodiesel (cada litro de diesel recebe adição de 8% de biodiesel).