
Por alguns minutos, talvez horas, hoje sonhei sem fazer regressão, mas voltando no tempo. Éh! voltando no tempo.
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O menino Noah me perguntou: Me conta como era sua infância sem tecnologia, Smartphones, internet, computador, sem tv digital, sem redes sociais, sem celular, sem drones, tablets.
Eu pensei, tinha que dar uma resposta ao Noah; então lhe disse: Nossos dias começavam abençoados. ao acordar iamos até nossos pais e dizíamos: pai, mãe, sua benção, e eles respondiam: Deus te abençoe filho.
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Quando andávamos de bicicleta não precisávamos de capacetes. Depois da escola jogávamos futebol até quase anoitecer, ali na rua do bairro, sem medo, sem segredos.
Nos brincávamos com amigos reais, amigos que tocávamos, que percebíamos, sabíamos quem eles eram, não eram gente que nunca vimos, e nem sabemos se são como dizem ser, eram amigos de verdade, reais. Não eram amigos de internet. Nem tinhamos à tal internet!
Disse ao Noah: “quanto tinhamos sede tomávamos água da mangueira, não da garrafa, ou do copo plástico que ajuda a desfazer ainda mais a natureza por não ser biodegradáveis e nem tinhamos problema em compartilhar o copo de k. suco entre quatro amigos, e era um compartilhar mesmo, cada um dava uma golada no mesmo copo, sem julgamento, sem imaginar que poderia fazer mal, e o certo é que não fazia mesmo. Deus cuidava muito bem das crianças da minha geração. Claro, nós aprendemos com nossos pais a deixar Deus cuidar de nós.
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Não ganhávamos peso comendo fast food, e nem nos acontecia nada além do que um furinho aqui outro ali nos pés quando andávamos descalços, e quando furávamos, tirávamos de letra.
Não usávamos suplementos de A a Z, já nasciamos prontos fortes e saudáveis. Fazíamos nossos próprios brinquedos e brincávamos com eles. Meus pais não eram ricos, mas nos davam muito amor e carinho sem precisar negociar nosso respeito com eles por algumas coisas materiais como fazem hoje, “filho, faz isso que te dou um…” Não, não era preciso, sempre respondíamos com sorriso ao que nossos pais nos impunham, e fazíamos o que nos foi pedido.
Nunca tive Play station, xbox, jogos de video, nada, nada, tinhamos mesmo era muitos amigos de verdade.
Quando estava falando assim Noah começou à chorar, e eu corri e disse a ele não, não faz assim, nem cheguei ainda na parte quando adolescente mandei a primeira carta para a minha primeira namorada, e você nem sabe o prazer de receber a dela de volta. Ah! Que coisa boa era isso. Respeitava tanto nossos professores e mestres, chamávamos os pais de nossos amigos de tios, e eles só agradeciam, ninguém queria ser adulto antes do tempo, tinhamos atitudes de crianças já que éramos crianças, nada de comportamento de adultos para impressionar, precisávamos brincar e sorrir sem fingir nada.
Noah não parava de chorar, e eu então perguntei: Noah como é que você é feliz nesta sua infância sem amigos de verdade, falando com seus pais pelo celular, exigindo um smartphone, com brinquedos eletrônicos que falam com você já que falar com seus pais esta cada vez mais complicado? sem saber como é escrever uma carta de amor? Desculpe você ainda não tem idade para isso, mas vai ter, e nem saberá mais o que é carta escrita a mão, revelando sua caligrafia para ela se deliciar vendo as curvas que sua mão deu para tentar impressionar com uma caligrafia linda, bela. Ah! me lembrei seu bisavô Noah tinha uma caligrafia que fazia a gente babar, sabe o que significa esta expressão não Noah? É quando a gente fica paralisado, cataléptico, com o que esta vendo.
Noah gritou: “por favor o que eu preciso fazer para tem um pai mais companheiro, uma mãe mas presente, e eu ter amigos como os meninos seus amigos?” Eu disse: “Noah ter um pai mais presente você pode pedir a ele que esqueça um pouco a ganância e fique com você um pouco mais. Agora quanto as mães de hoje, talvez seja mais difícil delas se livrarem da máxima de que mãe educa os filhos, pois elas entregaram tudo para outras mulheres fazerem, das escolas e creches. Elas dizem que mulheres tem direitos iguais, nisso estão certas, mas elas empurraram outras mulheres para baixo, para fazer o que elas não querem, e ainda gritam com as mulheres que trabalham em suas casas chamam-nas de porcas, humilham-nas como elas não gostariam de ser. Nem sei o que te dizer. Mas, corre, você ainda tem avô, tios, primos, abandone o celular e corra atrás deles, antes que a geração deles acabem também.
Acho que se os pais do Noah ouvissem meu papo com ele, muito provavelmente iriam dizer que eu criei um trauma na cabeça do coitado e já estariam atrás de um psicanalista para o filho. Afinal alguém para concertar a cabeça do menino que só aprendeu a lidar com tecnologia e não aprendeu nada sobre relacionamentos e amor, principalmente AMOR.