Ex-viciado em crack dá volta por cima e vira empresário

Origem
Adeílson nasceu em Carolina (MA), mas foi em Redenção do Pará (PA) que passou partes da infância e adolescência. Aos 9 anos, começou a trabalhar como marceneiro, ofício aprendido com o pastor da igreja da mãe. Aos 32, mudou-se para São Paulo e, na capital paulista, conheceu o submundo das drogas.

Conheci pessoas erradas que me levaram para esse universo. Eu era trabalhador, mas, desde o primeiro trago, fiquei viciado. O dinheiro que eu ganhava ia todo para o crack.

Adeílson Mota de Carvalho

A mãe de Adeílson soube da situação e decidiu buscá-lo. Com vergonha dos familiares, decidiu vir para Brasília, no início de 2013. Com R$ 930 no bolso, desembarcou no Distrito Federal. Sem ter para onde ir, fez da rua seu lar. Emocionado, recorda-se ter sofrido mais com palavras do que gestos.

“Sofri bastante preconceito. Um episódio que marcou demais foi quando um policial me abordou e disse que não valeria a pena perder tempo comigo, pois eu já estava condenado à morte. Eu era sujo, ficava quatro dias sem comer e as pessoas trocavam de calçada para não passar perto de mim.”

Fama de herói 
A sensibilidade de Adeílson ao abordar o estudante virou assunto no noticiário nacional. Já em tratamento na Salve a Si, viajou de avião pela primeira vez na vida para participar do programa “Caldeirão do Huck”, da TV Globo, onde ganhou R$ 20 mil no quadro “Agora ou Nunca”. Desapegado, doou o dinheiro para a mãe e para a Salve a Si.

Já regenerado, cultua o hábito de voltar com frequência à casa que o reabilitou para ensinar marcenaria aos homens que tentam se afastar do crack, da maconha, da cocaína ou do álcool. Entre uma instrução e outra, torna público seu poderoso testemunho.

Apesar da vitoriosa volta por cima, Adeílson sabe que poucos vão conseguir trilhar um caminho semelhante ao seu. Fala com a experiência de quem já viu dezenas de colegas padecerem perante o vício, impressão corroborada por desanimadores indicadores da Organização Mundial de Saúde (OMS): de cada 10 dependentes de crack, apenas 2 conseguem ficar em sobriedade por mais de cinco anos.

Ao olhar a foto com aparência esquálida de quatro anos atrás, Adeílson não se envergonha. Pelo contrário: faz questão de mostrá-la e resgatar o renovador, inspirador e sempre atualizado discurso: “sempre é possível vencer, basta acreditar”, reflete.

FONTE E créditos: Metrópoles

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Alan Ribeiro
Alan Ribeiro

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