O tempo!

O que é o tempo?

Somos nós que passamos por ele ou é ele que, implacável, passa por nós?

Onde estão, se é que existem, as tênues linhas que separam passado, presente e futuro?

A natureza do tempo tem sido um dos maiores problemas filosóficos desde a Antiguidade: a forma como ele flui, a sua linearidade, suas propriedades, sua relatividade.

Cada um pode percebê-lo de maneira distinta, conforme as circunstâncias. Numa situação agradável, passa depressa, quase a galope. Todavia, numa situação penosa, parece parar qual relógio que não funciona.

Uma coisa é certa: o tempo e seus mistérios, é dono de uma voz mansa, de um toque gentil, de um abraço reconfortante, de uma sabedoria absoluta que a todos envolve independente de nossa vontade.

Voltemos os olhos aos nossos corações: quantas feridas o tempo já cicatrizou? Quantas mágoas foram por ele diluídas nos mistérios do ontem? Quanta sabedoria adquirimos por conta da cinza das horas?

Muito devemos a ele. O tempo. Silencioso tempo. Impassível tempo. Generoso tempo.

“O tempo é o maior tesouro de que um homem pode dispor. Embora inconsumível, o tempo é o nosso melhor alimento. Sem medida que o conheça, o tempo é, contudo, nosso bem de maior grandeza: não tem começo, não tem fim.

Rico não é o homem que coleciona e se pesa no amontoado de moedas, e nem aquele que se estende, mãos e braços, em terras largas.

Rico só é o homem que aprendeu, piedoso e humilde, a conviver com o tempo, aproximando-se dele com ternura, não contrariando suas disposições, não se rebelando contra o seu curso.

Não irritando sua corrente, estando atento para o seu fluxo, brindando-o com sua sabedoria para receber dele os favores.

Somente a justa medida do tempo dá a justa natureza das coisas.

Não devemos, contudo, retrair-nos no trato do tempo, bastando que sejamos humildes e dóceis diante de sua vontade.

O tempo sabe ser bom. O tempo é largo, o tempo é grande, é generoso, é farto. É sempre abundante em suas entregas. Diminui nossas aflições, dilui a tensão dos preocupados, suspende a dor dos torturados.

Traz a luz aos que vivem nas trevas, o ânimo aos indiferentes, o conforto aos que se lamentam, a alegria aos homens tristes, o consolo aos desamparados.

Também a serenidade aos inquietos, o repouso aos sem sossego, a paz aos intranquilos, a umidade às almas secas.”

O tempo é nascente de sabedoria que flui por entre nossas existências.

Nas incertezas do caminho, nos momentos de angústia, nas aflições da jornada, confiemos nele, que tem a medida de todas as coisas e o consolo para todas as lágrimas.

Jamais nos permitamos acreditar que não há tempo. Fechemos os olhos, ouçamos sua voz…

Lá ele está: o tempo de um abraço, de um sorriso, de um ato de caridade, de uma mudança de vida. O tempo para a família, para os amigos, para nós mesmos, para Deus.

Sempre há tempo.

 

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Alan Ribeiro
Alan Ribeiro

Alan inicia seus trabalhos com o único objetivo, trazer a todos informação de qualidade, com opinião de pessoas da mais alta competência em suas áreas de atuação.

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