
Nos tempos idos o 7 de setembro, sempre se colocou como uma data comemorativa, alusiva a independência do país. Na data que se aproxima a comemoração, deu lugar a tensão, aja vista o cenário atual de conflitos entre esquerda e direita. Os mais acalorados de um lado e do outro, procurando responder a expectativa de seus líderes, prometem atuar fielmente para o atendimento de suas demandas. Nas redes sociais um documento tem sido compartilhado indicando a pauta de reivindicações da direita. Dentre as solicitações estão: voto impresso e impeachment do Ministro Alexandre Morais, ambas situações já pacificadas tanto na Câmara, como no Senado, cujo resultado desagradou o Presidente da República e seus apoiadores. Para eles só existem um resultado possível, fazer exatamente o que querem porque só eles, são brasileiros e preocupam com a Nação. Nada importa a não ser o atendimento na íntegra de suas demandas, mesmo que elas não encontrem sustentação legal. Uma pena, na democracia há normalmente dois lados, um a favor outro contra. O debate fica no campo das ideias e o resultado é respeitado. No Brasil atual os resultados além de não serem respeitados, servem de motivo para instalar um clima de guerra do nós contra eles, de adversários, passaram a inimigos. Para os conservadores de direita a esquerda visa o poder para implantar o comunismo no país. Para os conservadores de esquerda a direita pode levar o país ao fascismo. Uma briga fora de hora e estúpida, pois promete colocar mais de um milhão de pessoas nas ruas, se aglomerando e na sua maioria sem máscaras. O resultado desta e de outras manifestações pró e contra, tem sido apenas um, a proliferação da COVID-19 e sua variante mais letal, a Delta. A população de maneira geral se encontra no olho do furacão, vendo a banda passar e pagando o preço por mais essa irresponsabilidade. No cardápio do mês temos: a volta inflação, a flutuação das taxas de câmbio, alta da taxa Selic, desemprego, crises: energética e de abastecimento de água e desequilíbrio fiscal. A realidade está descolada da ficção e mais um 7 de setembro, terá sido em vão.
Júlio Paschoal / Economista, Mestre em Desenvolvimento Econômico pela UFU – MG e Professor da UEG-GO