Fora do MDB, Gustavo Mendanha não tem pressa de definir o partido em que se filiará

Gustavo Mendanha conversa com lideranças políticas de Porangatu, um dos municípios do Norte goiano que ele visitou no fim de semana: novo partido será definido após muito diálogo // Foto: Divulgação

Já é dado como certo que o prefeito de Aparecida de Goiânia vai para um partido de centro-direita, evitando, ao menos no primeiro turno, composições com legendas à esquerda e também não aproximando-se demais dos líderes do PSDB. Fora do MDB, Gustavo Mendanha não tem pressa de definir o partido em que se filiará

Cada vez mais consolidado no polo oposto ao governador Ronaldo Caiado (DEM), o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, deve desfiliar-se ainda esta semana do MDB, como ele próprio já anunciou em suas redes sociais, deixando claro que não há pressa na definição da nova sigla. A avaliação do prefeito e de seus aliados mais próximos é de que o momento é de diálogo e construção de um projeto antagonista ao atual governo. Mais que isso: a definição antecipada atrapalharia as conversações, já que, hoje, Mendanha se tornou nome cobiçado por todos.

“Ainda não me desfiliei do MDB, o que deve ocorrer, infelizmente, na próxima semana, e só vou definir a nova filiação partidária após ouvir todos que desejam construir um projeto de governo inovador, moderno e alternativo ao atual governo estadual”, escreveu Mendanha em suas redes sociais.

O raciocínio segue a lógica de que, além de conversar muito, o momento é de consolidação de um amplo leque de forças políticas, lideranças locais e regionais, não alinhadas ao governo estadual. A escolha antecipada de Daniel Vilela (MDB) para candidato a vice-governador na chapa de Caiado é considerada um ponto positivo para cristalização e fortalecimento da oposição. Com Daniel escolhido para vice-governador de Caiado, muitos aliados do governo que sonhavam participar na chapa majoritária viram essa possibilidade esvair-se.

Isso porque, como a chapa majoritária terá três nomes (governador, vice e um candidato a senador), sobrou a única vaga de senador a ser disputada por um amplo leque de partidos e lideranças políticas fortes que orbitam o governador. Se apenas um poderá ser contemplado, muitos prevendo ficar de fora já buscam alternativas.

Neste amplo rol de forças, tem destaque o presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira, por enquanto filiado ao PSB. Mas há outros, inclusive do MDB, que eram dados como certos no palanque de Caiado, caso do senador Luiz do Carmo, que, agora, sem espaço na chapa majoritária, já avalia migrar para outra legenda, caso decida mesmo pela candidatura a senador.

Se não é possível saber para qual partido Gustavo Mendanha irá, já é dado como certo que ele se filiará a um partido de centro-direita, evitando, ao menos no primeiro turno, composições com legendas à esquerda, caso do PSB e PT, por exemplo, e também não aproximando-se demais dos líderes do PSDB. Não vai para a esquerda, porque teria de enfrentar o desgaste causado pela polarização na política nacional – e ano que vem a eleição de presidente deve ser dura. E não caminhará para o ninho tucano devido ao desgaste dos líderes do partido (leia-se Marconi Perillo) que estiveram no poder entre 1999 e 2018.

Num primeiro momento, ficam à disposição do prefeito de Aparecida de Goiânia legendas como Podemos e PL. Presidido em Goiás pelo deputado federal José Nelto (aliado de Caiado), o Podemos poderá sofrer uma intervenção, para colocar no comando um nome de confiança de Mendanha. Já o PL, da deputada federal Magda Moffato, ofereceu abrigo tranquilo a Gustavo.

Fora esses partidos, não estão fechados com Caiado o Republicanos, comandado pelo deputado federal João Campos, que deseja sair candidato a senador, e o PP, que em Goiás tem duas forças internas: o deputado federal Professor Alcides, aliado de Mendanha, e o ex-deputado Alexandre Baldy, que pode compor com Caiado.

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Alan Ribeiro
Alan Ribeiro

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