Júlio Páscoal: Dias Longos e Noites Tristes

Como nossas vidas mudaram num piscar de olhos, as vezes me deparo revendo uma partida de futebol ou mesmo um show, e me pergunto: será que algum dia poderemos ir a uma partida de futebol ou mesmo assistir uma peça de teatro?

Se sim pelo andar da carruagem não será tão breve, aí nos vem a mente, o velho ditado, éramos felizes e não sabíamos ou mesmo não dávamos valor.
Por essa e outras que precisamos a valorizar tudo aquilo que Deus, nos deu e nunca paramos para agradecer e ver que vários milagres, foram feitos por ele e nosso egoísmo, não deixou que percebêssemos a grandeza de cada um.
Se não vejamos, o fato de termos nascido já foi o principal, depois de poder apreciar o nascer e o por do sol, o luar, sentir a chuva, respirar o ar das matas, tantas coisas belas, que não paramos para apreciar.
No dia a dia buscávamos apenas o dinheiro, a satisfação profissional, bens materiais, enfim sempre querendo mais, nossas conquistas ficavam no fundo do baú e nossa capacidade de agradecer, essa ficava para depois e acabava caindo no esquecimento.
Nossos dias eram dinâmicos, reuniões, encontros, viagens a negócio ou não e as noites: bares, restaurantes, shoppings, viagens nacionais, internacionais, tudo feito de forma insaciável e insana.
Para que? Porque? Qual a finalidade de tudo isso? Adquiríamos casas, apartamentos, fazendas, carros, no entanto não parávamos para curtir um ou outro.
Que loucura, nunca estávamos satisfeitos, conseguia algo, buscava outro, depois outro e assim por diante.
De repente ficamos sabendo de uma tal doença lá na China, a primeira coisa que veio em mente, foi na China? Tá muito longe, Deus é brasileiro e o Papa argentino, nada irá nos acontecer.
O vírus de uma tal COVID-19, começa a se espalhar, vira uma epidemia, pessoas se contaminam, muitas vem a óbito. O noticiário dava conta de tudo, o que pensávamos? O carnaval está aí, quem vai por mais pessoas nas ruas? Recife, Olinda, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte?
No ápice do carnaval, uma festa popular que as pessoas se amontoam nas ruas, nos salões, bares, tudo em nome da alegria. Quanto mais irresponsabilidade melhor, nada de tristeza. Lá fora a epidemia se transforma em pandemia, o medo se espalha, aqui chega a notícia de que é apenas uma gripezinha, ou um resfriadinho, nada a se preocupar.
De repente um caso aqui outro ali, coisa de chinês, vai passar despercebido e nada, novas mortes, contaminações, os Estados mais afetados, inicialmente foram os que sambaram mais e colocaram mais pessoas nas ruas.
Mesmo assim poucos se abalam, faltam exemplos, para muitos que insistem em quebrar as regras sanitárias. Os mais desavisados partem para cima da Organização Mundial da Saúde, dizendo seus representantes estão perdidos, outros batem de frente com especialistas, infectologistas, todos sabem menos eles.
Como um raio as autoridades mandam fechar tudo, todos em suas casas, as ruas ficam desertas, exceto para os hipócritas de plantão, que brincam com o perigo, não usam os equipamentos de segurança individuais, fazem festas, em bairros, condomínios e demais logradouros.
O vírus espalha é o mais democrático de todos, não respeita idade, classe social, grupo de risco, enfim mata quem cruza o seu caminho, com isso os dias começam a se tornar longos e as noites melancólicas e tristes.
No mundo mais de 5 milhões de contaminados, o Brasil disputa com a principal potência mundial, um lugar no pódio quando se trata de contaminação e mortes. Passamos todos os países exceto os EUA, mas estamos chegando lá já são quase 900 mil contaminados e 42 mil mortos. Batemos recordes de morte a cada 24 horas, mesmo assim ainda existem os incrédulos que insistem em dizer isso é bobagem, os percentuais são muito baixos, quando comparamos com o total da população, uma pena.
Pergunto: até quando continuarão resistentes e ignorantes? O que mais precisa acontecer para que a população acorde? Vidas não são e não podem se transformar em números. Favor refletirem sobre isso. Quem puder compartilhar o faça, para que voltemos a ter dias e noites como antes.

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Alan Ribeiro
Alan Ribeiro

Alan inicia seus trabalhos com o único objetivo, trazer a todos informação de qualidade, com opinião de pessoas da mais alta competência em suas áreas de atuação.

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