Quer conhecer uma pessoa dê poder a ela

“O homem guiado pela ética é o melhor dos animais; quando sem ela, é o pior de todos.”(Aristóteles, 384 – 322 a.C.)

O princípio básico da democracia criado na antiga Grécia e, na era moderna meio deturpado, ensina: é o governo do povo, para o povo e pelo povo. Paralelamente a este conceito, surge a idéia de poder. “Querer é poder” é o que se ensina principalmente às crianças e aos jovens. Busquem! Lutem! Conquistem! Os anos passam, a ciência evolui, o homem muda seus hábitos, a sociedade se transforma, mas ainda querer é poder.
O poder é uma das molas propulsoras da humanidade. O homem busca o poder incessantemente. Poder da influência, da sedução, do dinheiro, do amor, da cura, o poder pessoal etc. Porém, parece ser uma máxima universal: onde há poder, há corrupção. Não importa que poder ou quanto dinheiro esteja em jogo. O poder revela uma ética escondida; às vezes não muito definida, nem praticada. Desde o início de nossa História, a corrupção e a compra de favores foram muito utilizadas.
Quem tem o poder de decisão, considera-se todo-poderoso a ponto de passar por cima de iguais (escravidão), de vender resoluções (propina, suborno) e de “subjugar” em todas as esferas, inclusive familiar (exploração da mulher e de menores). A corrupção pode ser exercida de várias maneiras, desde as mais sutis até as mais escancaradas. Ela ocorreu em todo o mundo, durante toda a história e, atualmente, talvez como nunca antes, domina o Estado brasileiro e o seu processo político-administrativo. Seria certo afirmar então que a partir da tomada de posse de qualquer cargo (público ou privado) a ética é posta de lado? Que o poder se torna tão arraigado, tão enraizado, que a pessoa já não sabe mais o que é certo e o que é errado? Enfim, que não há mais “consciência”, nem “racionalidade” nas decisões?
A situação política de hoje, tem gerado práticas contrárias aos princípios éticos: gera desigualdades crescentes, gera injustiça, rompe laços de solidariedade, reduz ou extingue direitos, lança a população a condições indignas de sobrevivência. Tudo isso convive com situações escandalosas, como o enriquecimento ilícito de alguns, a impunidade de outros, a prosperidade da hipocrisia política de muitos etc. O poder do Estado não é absoluto. O Estado não existe em si mesmo. O Estado é formado por pessoas. Assim, o poder também não é absoluto, é delegado. Portanto, passível de corrupção.
Então, será que, para se conhecer uma pessoa de verdade, deve-se dar poder a ela? E, se afirmativo, como resolver isto?

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Alan Ribeiro
Alan Ribeiro

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