Número de mulheres assassinadas é o maior em uma década, diz Atlas

Um dos motivos pode ser o crescimento de homicídios femininos dentro de residências, um dos tópicos usados por especialistas para identificar trajetória do chamado feminicídio no país.

Segundo os organizadores do estudo, em 2017 aumentou em 5,4% a taxa de homicídio entre mulheres ante ano anterior, para 4,7 mulheres assassinadas por grupo de 100 mil mulheres. Entre 2007 e 2017, esse aumento foi de 20,7%; e entre 2012 a 2017, alta de 1,7%.

Para os pesquisadores, o elevado índice de homicídios femininos dentro de residência contribuiu para o resultado. Eles consideram que a taxa de incidentes letais intencionais contra mulheres que ocorrem dentro das residências é uma boa aproximação para medir o feminicídio.

“Naturalmente, ainda que o número real de feminicídios não seja igual ao número de mulheres mortas dentro das residências (mesmo porque vários casos de feminicídio ocorrem fora da residência), tal ‘proxy’ pode servir para evidenciar a evolução nas taxas de feminicídio no país”, afirmaram os técnicos.

No estudo, entre 2012 e 2017 o aumento na taxa de homicídios de mulheres foi de 1,7%. No entanto, ao mesmo tempo em que a taxa de homicídios femininos fora da residência diminuiu 3,3%, no período, a taxa de homicídios de mulheres dentro de casa, no mesmo período, aumentou 17,1%.

“Possivelmente, a redução de homicídios de mulheres fora da residência esteja refletindo a diminuição gradativa da violência geral que tem se expandido cada vez mais para um maior número de unidades dederativas”, analisam os pesquisadores. “Por outro lado, o crescimento dos casos que ocorrem dentro das residências deve ser reflexo do aumento de casos de feminicídios, efetivamente. Note-se ainda que o crescimento mais acentuado nos últimos dez anos tem sido na taxa de homicídios [femininos] dentro das residências, com o uso da arma de fogo, que cresceu 29,8%”, acrescentaram os pesquisadores.

Além disso, em 2017, do total de homicídios contra mulheres, 28,5% ocorrem dentro da residência. “Muito provavelmente, esses são casos de feminicídios íntimos, que decorrem de violência doméstica”, afirmaram os técnicos.

Em 2017, o estado de Roraima respondeu pela maior taxa de homicídio feminino, com 10,6 mulheres mortas por grupo de 100 mil mulheres, índice mais de duas vezes superior à média nacional (4,7). A lista das unidades federativas onde houve mais violência letal contra as mulheres é seguida por Acre, com taxa de 8,3 para cada 100 mil mulheres, Rio Grande do Norte, também com taxa de 8,3, Ceará, com taxa de 8,1, Goiás, com taxa de 7,6, e Pará e Espírito Santo ambos com taxa de 7,5.maiores-vitimas-mulheres

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Alan Ribeiro
Alan Ribeiro

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