ENTREVISTA Roller: “Vilelas precisam deixar de mesquinharia, recalque e dor de cotovelo. Precisam de trabalhar por Goiás”

Secretário de Governo Ernesto Roller diz que ex-governador Maguito Vilela “tem muito tempo livre” para criar falsas polêmicas, defende gestão Caiado e cobra equilíbrio nas críticas da família que comanda o MDB goiano.

Welliton Carlos

Advogado criminalista com larga experiência, ex-secretário de Segurança Pública, ex-deputado estadual e ex-prefeito de Formosa (GO), o secretário de Governo Ernesto Roller não gosta de injustiças no jogo político.
Para o ex-emedebista, que optou em sair da legenda após o MDB começar uma caçada contra aliados do governador Ronaldo Caiado (DEM), a injustiça pode até ser cometida por traidores, pessoas naturalmente injustas, psicopatas e insensatos. Mas na política, por mais corrompida que seja, é preciso ser leal às regras mínimas do jogo, que flerta, muitas vezes, com a democracia e a sociabilidade.
Para Roller, o ex-governador Maguito Vilela (MDB), um aficionado em futebol, não pratica ‘fair play’ quando ataca Ronaldo Caiado logo nos segundos iniciais, bem no “começo do jogo”. Muito menos acredita que Maguito seja democrático, já que adotou o silêncio durante 20 anos quando era Marconi Perillo (PSDB) o governador.
O juiz nem apitou o início da partida e – alega Roller – os Vilelas entraram de forma desleal nas pernas do oponente.
O secretário de Governo se refere claramente às críticas do ex-deputado federal Daniel logo nos primeiros dias de gestão de Caiado e principalmente às críticas de Maguito quanto ao governador Ronaldo Caiado.
Para a imprensa, Maguito cobra “trabalho” de Caiado. Para o emedebista, Roller cobra equidade nas ações.
Roller aponta impedimento de Maguito para falar do governador no momento atual e também o despropósito nas jogadas que foram iniciadas nas primeiras semanas. Para ele, é preciso Maguito ser menos “zagueiro” argentino e deixar o atacante Caiado jogar para tirar Goiás do atraso e da corrupção, sedimentada no poder público através do crime organizado.
Por Roller, Maguito pode até tomar a bola e desarmar a jogada, mas sem ferir o oponente, caçando o jogador a qualquer preço.
Nas próximas linhas, Roller defende a gestão Caiado, reafirma que o programa Jovem Cidadão continuará sem suspeitas e reafirma.o sonho de voltar para o MDB.

O governador tem conseguido driblar as dificuldades que encontrou?
Ernesto Roller – Sim, age de forma rápida e cirúrgica. O governador tem visão global, e sabe encontrar soluções imediatas. Tem em mente o que é de interesse público. Por exemplo, garantiu que acabaria com a terceira classe da Polícia Militar. A oposição não acreditou. E qual é a situação hoje? A terceira classe foi extinta. E estamos com pouco mais de 60 dias de governo. Ronaldo Caiado tem tudo para ser um dos maiores governadores do país, é um homem sério, honesto. É o primeiro governador a começar a trabalhar antes mesmo de sua posse.
O governador vai mesmo continuar com o programa Jovem Cidadão?
Ernesto Roller – Claro, teremos a continuidade do Jovem Cidadão. Será feita nova licitação, atendendo a solicitação da Controladoria Geral do Estado (CGE) e Procuradoria Geral do Estado (PGE). Vamos corrigir as falhas do programa, iremos melhor e atender àqueles que mais precisam. Inclusive Caiado pagou fevereiro hoje. Começamos a reagir ao coma deixado pelos governadores anteriores.
Politicamente, ele conseguirá o que tem pedido em Brasília?
Ernesto Roller – Acredito que sim, pois tem no presidente Jair Bolsonaro um aliado, um apoiador. As equipes do governo estadual estão em sintonia com o governo federal e isso é extremamente profícuo para Goiás. Caiado tem trânsito livre em Brasília, os secretários nacionais o respeitam pelo parlamentar que foi. Acredito que essa parceria irá, em pouco tempo, resultar em benefícios para Goiás.
Qual a forma de trabalho do governador Caiado?
Ernesto Roller – O governador é um homem incansável. Trabalha 24 horas, demanda os secretários diuturnamente, cobra resultados, faz valer o poder de avocação quando necessário e urgente. É um grande gestor e é, sobretudo, uma pessoa séria. Goiás o elegeu porque estava cansado de venda de ilusões, de mentiras, de marketing e de mau uso do dinheiro público. O governador, assim que soube do problema na rodovia que desabou com a chuva, determinou a imediata notificação das empreiteiras que fizeram um trabalho no mínimo duvidoso. Ele quer saber assim como todos os goianos, para onde foi o dinheiro que sumiu da Celg… Ronaldo Caiado é gestor de novos modos, que pratica o ‘compliance’, que segue o princípio da legalidade. O dinheiro público será muito bem utilizado neste governo. O povo pode ter essa certeza.
O Governo de Goiás tem recebido críticas pontuais. Como enxerga as análises de opositores?
Ernesto Roller – Não são pontuais, são ataques mesmo. O deputado Daniel Vilela faz birra na rede social, e, até hoje não se conformou com a derrota. Poderia usar sua rede para cobrar do governo anterior onde estão os recursos após a venda da Celg. Recentemente, Maguito Vilela disse que o Caiado tem que trabalhar. O governador não descansa um só dia, faz visitas aos hospitais de madrugada, aos finais de semana percorre o interior, tem tido agendas com investidores, enfim trabalha 24 horas todos os dias da semana. Quem tem muito tempo livre é o Maguito, para criar falsas polêmicas enquanto o governador está trabalhando.
O senhor chamou de volúvel o ex-governador Maguito Vilela. Existe algum motivo mais sério para esta crítica?
Ernesto Roller – Antes ele era contra reeleição por convicção, mas se reelegeu em Aparecida de Goiânia. Basta procurar nos arquivos dos jornais. Mais recentemente, se aproximou do marconismo, não se sabe o motivo… É um político que fala, mas não pratica o que diz. E se tivesse sido um bom gestor, quando foi governador, no final dos anos 1990, Marconi não teria vencido as eleições em 1998.
Acha então injusto ele cobrar resultados do governo em dois meses?
Ernesto Roller – Evidentemente que as cobranças dele são injustas e infundadas. Durante 20 anos Maguito se ausentou, sem jamais ser contundente contra Marconi. Agora, de forma politiqueira, sem olhar seu passado de gestor e o desastre que Marconi deixou para Goiás, vem protagonizar críticas infundadas contra um homem que ganhou as eleições contra tudo que está aí instalado?

Ele não faz críticas pontuais?
Ernesto Roller – Não são pontuais, muito menos justas, se assim fossem, sugeriria caminhos, apontava soluções. Os Vilelas precisam deixar de mesquinharia, recalque e dor de cotovelo. Precisam de trabalhar por Goiás.

Você pensa em voltar para o MDB?
Ernesto Roller – Saí do MDB porque não vou aceitar injustiça. O MDB foi a minha casa e, se for possível, retornarei sim. Mas para ajudar a reconstruir esse partido, que teve a pior votação da história nas últimas eleições em Goiás. Enquanto estiver dessa forma, o MDB em Goiás irá se deteriorar cada vez mais.

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Alan Ribeiro
Alan Ribeiro

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